quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

"Quem vê cara...

...não vê coração!"

Pior. Quem vê cara, não vê é nada, além de uma imagem, ou de um fake, muitas e muitas vezes. Não è a toa, que as redes sociais são tão criticadas pelos intelectualóides [chatinhos] de plantão.

Também não deve ser por acaso, que esse jargão do título é tão usualmente repetido. Certamente, já concordarmos que 'onde há fumaça, há fogo'. Ou já existiu fogo.

Portanto, vamos dosar nossas ansiedades, e, quem sabe, e daqui pra frente,  nos tornarmos menos julgadores das impressões à primeira vista.

Desculpas. Era pra ser um texto leve, divertido. Era pra lembrar o natal, as festas e baladas dessa estação tão aguardada por todos nós, pertencentes ao hemisfério sul. Era. E pode ainda ser. Vou tentar...
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Estive em mais uma das muitas confraternizações que me propus em participar, nesse finalzinho de segundo tempo, deste ano que [ainda] não acabou. O amigo secreto foi definido por uma grande amiga e sua proposta é que deveríamos aderir à onda dos presentinhos eróticos, dentro do valor estipulado [R$50,00].

Ou seja, adentrar num 'sexshop', e escolher algo para incrementar lençóis alheios, sendo nós, simpatizantes ou não desses acessórios sexuais. E lógico, presentear com algo bem extraordinário, que pudesse revelar nossa [suposta] ousadia e intimidade, em lidar com esses tais recursos afrodisíacos.

O problema pra mim, e pelo que vi, só pra mim, foi definir o que comprar. Nunca estive em nenhum sexshop. Nem sei aonde estão localizados. Nunca prestei atenção nas propagandas. Nunca quis ir em nenhum. Essa é uma meta [até então] não formulada.

Depois de ontem, creio que vou continuar não enriquecendo os empresários desse 'negócio'. Não é por nada não. Eu já virei o cabo da boa esperança, e na fase 'enta' em que me encontro, nunca senti falta de nada disso. Por que ia mudar agora, quando me sinto tão mais madura, sexualmente?

Devaneios e crises à parte, eu tinha que comprar algo. Daí, fui numa loja que sempre frequento, com ideias de presentes bem criativos, e encontrei um que me pareceu perfeito para a ocasião. Um pêndulo do amor. Achei lindo o trocinho. Lúdico, divertido, vermelho. Me imaginei vivenciando uma boa partida com um homem daqueles, de arrancar suspiros e roupas, só com o olhar maroto. Me imaginei rindo, feliz, por estar inovando nessas cenas sexuais.

Imaginei, então, que a minha amiga oculta iria amar o pêndulo.

Decepção geral. Pensem numa feira livre que todos gritam e anunciam o fim do mundo? Foi mais ou menos assim o caos instaurado pelo meu sugestivo brinquedinho, tão inofensivo. Deve ter sido, justamente, por ser tão inofensivo!

Sem querer, provoquei o maior alvoroço na mulherada. Eu, emudecida, fiquei observando um total de nove bocas, braços e mãos falantes, que surtaram, literalmente, com a minha proposta de presente.

Odiaram. Rejeitaram. Ficaram indignadas. Sentiram-se ultrajadas. Eu, boquiaberta com a [anti]reação, entendi que minha 'imagem coletiva' de ordinária mor estava sumindo, sumindo, sumindo...

Eu procurei apoio. Zero. Ninguém me apoiou. É que todas discursaram, me detonaram, e entenderam que eu não sabia o que significava provocar um sexo animal, diferente, inusitado.

As minhas novas imagens, assim, foram postas à mesa.

Sou careta? Faço pouco sexo? Sou muito normalzinha? Sou sem graça? Não seduzo? Sei mesmo o que é sensualidade? Não sei fazer o balacobaco? E agora, tadinha, eu preciso de um curso, de treinamentos, de tratamentos de choque? Como faço para me adequar às demandas do mercado do sexo?

Claro que nos divertimos muito. Somos amigas de longas datas e tudo acabou em abraços e gargalhadas.

Mas voltei pensativa. Quis escrever logo, pra não deixar as ideias esfriarem.

Não gosto de autoimagens. Não curto ser rotulada. Acho o maior barato a surpresa, ser especial, ter noites especiais com homens especiais. Curto muito ouvir que sou deliciosa, que sou na medida, que faço e aconteço sem exageros, sem artifícios. Adoro o 'papai e mamãe', que pelo visto, está à beira da morte.

Pra mim, extraordinário mesmo é aquele sexo com doses cavalares de romance, de cumplicidade. Com direito a vinho em taças grandonas. Uma música envolvente na vitrola, ou quando ouvimos: 'deixa eu te olhar muito', ou 'queria tirar uma foto sua assim', ou 'você é uma delícia', ou 'quero mais você'...

Sério. Não há vibrador, nem em tamanho extralarge, que nos faça sentir 'aquele' arrepio de pé do ouvido. Ou que nos conte os segredos de liquidificador, como exagerou o exagerado Cazuza.

E falo com propriedade, afinal preciso me defender das infâmias! Juro que faz pouquíssimo tempo que me deliciei e ouvi coisas assim.

No cenário, a luz era normal. Não nos penduramos em lustres. Não havia cuecas ou calcinhas comestíveis, de sabores duvidosos. Não havia filmes pornôs. O quarto era o meu. A cama tinha meu cheiro. E o homem estava ali, inteiro, comigo.

Duvido que não estive quente. Que não lhe revelei o meu calor. Que não demonstrei o meu apetite voraz. Duvido que ele tenha sentido falta de geléias [eca] ou choques [ui]. Duvido que o ar estaria mais instigante se existissem velas perfumadas ou incensos. Não me recordo de ele ter me pedido um chicote, ou que eu usasse a cinta liga. Ou algemas. Sexo é liberdade, gente!

Querem saber da maior? Ah, eu sou basiquinha, sim. Uma ordinária basiquinha mor, que tem borogodó e isso ninguém me tira! E claro, nào se vende, detalhe... :)

Provocações bobas à parte, aproveito para desejar um ano novo fantástico para todos e todas...

Ah... desejo ainda sexo, SEMPRE, com ou sem pêndulo do amor, com ou sem parafernálias. Ah... desejo também muito sexo com amor. E, SEMPRE, com camisinha. Porque também aprendi que, "quem vê cara, não vê nenhuma doença".

Nos cuidemos, pessoas extraordinárias!!
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Obs: E não faço a menor ideia de como usar o apetrecho siliconado que ganhei...

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Instantâneos de felicidade a 2

love me, love me
Fazia um tempo que eu não escutava o The Corrs, uma banda apresentada por um goiano querido. No começo, confesso que ouvia para me lembrar dele, ou para me aproximar dele. Aquelas coisas que fazemos quando estamos apaixonados. Parece que queremos sugar até o ar que o outro respira, para assim, sentir-se mais perto, mais dele, mais nele. Ou ele em nós. 


Coisa louca essa onda de paixonite aguda. É mesmo uma 'ite'. Me parece uma inflamação absurdamente intensa e contagiante. Sai do coração, passa pelo corpo inteiro e fixa na cabeça. De fato, quando me apaixono, meu pensamento é só no outro. Ou no sentimento que o outro me desperta. 


Buscamos, no objeto (digo, sujeito) da nossa paixão, as afinidades: do que comer a onde viajar nas férias. O que gosta de ouvir. Filmes, esportes, leituras, artistas e suas artes. É como se, a partir de coisas afins, nos tornássemos afins, cúmplices. E isso é cíclico. Afetos desfeitos, levantamos, sacudimos a poeira e antes de darmos a volta por cima, já estamos em pé, prontas para um novo jogo, reaprendendo a encantar-se para amar o novo amor. 


O amor romântico, tão proseado por tantos, é mais ou menos assim: a capacidade que temos de dar vida, ou querer vida, em algo que é pura subjetividade. E amamos o cheiro das coisas, as músicas prediletas, a lua que fica mais linda e alta, o ar que parece menos carregado, o sol que aquece mas refresca. Como se isso fosse possível. 


O mundo fica mais bonito. Tudo lembra uma canção de amor. Tudo soa bem. Tudo aparenta calma, alegria, energia boa. E quando é recíproco? Nossa, aí danou-se. Ficamos em estado de graça. Pura magia. 


Pena que dura pouquinho. Mas como seria se isso fosse pra sempre? Certamente não haveria a tal da saudade. Nem tanta nostalgia. Não, não haveria tanta respiração ofegante. Reencontros cheios de ansiedade, peles arrepiadas, mãos suadas, corações batendo descompassados, quase na boca, de tanto que pulam e exigem atenção. 


A paixão é mesmo uma loucura deliciosa de viver e de sentir. Sim, juro que quero essa insanidade toda vez que o toque do celular anunciar a chegada. Ou meus olhos reconhecerem os dele, no meio de uma multidão. 


E o The Corrs com isso? Tudo. Todas as músicas são extraordinárias, só de amores intensos. Essa foi a primeira que ouvi deles, um quarteto de manos músicos e sensíveis. 


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Brigas tecnológicas

Esse é um tema velho. Teses, monografias, dissertações, artigos, livros, filmes, blogs, reportagens, entrevistas, vlogs, crônicas e mais uma parafernália de modalidades de discussões sobre o amor em tempos líquidos. Ou o amor em tempos de cólera. É disso que se trata. O amor e as cóleras. O ser colérico, raivoso, que mediante um sinal, ou sintoma de traição, usa as tecnologias em seu favor. Ou contra. Ou não, como diria um baiano famoso.

De tanto que é repetitivo, merece atenção. Claro. É um problema inventado pelos humanos. O homem criou a máquina. Aperfeiçoou formas de comunicação. Estabeleceu fios que se conectam. Inventou redes virtuais. Também os torpedos. E o identificador de chamadas. Tudo o que podia para agilizar as relações e comunicações.

sábado, 22 de outubro de 2011

A vez deles

Todas as solteiras em pânico. Eu estou no meio delas, óbvio e infelizmente. Não queria somar. Queria dar a receita da felicidade. Mas não sou boa em auto-ajuda. Nunca fui.
Pesquisa concluída em três estados brasileiros visitados: não há homens disponíveis, solteiros, sensíveis, inteligentes, cheirosos, limpinhos, bem resolvidos, com carreiras consolidadas, sem passados problemáticos, dentes brancos, virilidades em dia, ótimas amizades, famílias receptivas, ou ao menos filhos receptivos, espirituosos, leves e charmosos.
Olhem que bacana: sequer coloquei como 'perfil' coisas que antes eram muito importantes como: o sujeito ter um corpo atlético, ser um moreno alto, bonito e sensual, pertencer a uma religião x ou y, ou simplesmente não ser um vegetariano chato. Avanços, após anos de frustrações. Parabéns pra mim!
As mais ou menos exigentes costumam associar duas ou  três características dessas. Gostam de homens com carreiras consolidadas e que são solteiros mas não se incomodam com os que chegam com seus kits prontos (filhos, cachorros e ex-mulheres).
Há o grupo de ordinárias desesperadas que ficam satisfeitas com o preenchimento de apenas um requisito: "estar disponível".
Eu retruco com essas últimas. O fato de ele estar disponível no mercado, que não está pra peixe, não significa que ele está disponível para um relacionamento sério, como nos sugestiona (e incomoda) o status do facebook.
Então, minha hipótese, já defendida há bastante tempo, é que devemos enxergar um grupo ascendente: os viúvos. Explico. A possibilidade de suas digníssimas esposas falecerem é grande. Todos morreremos um dia. Elas, idem. Pode ser que morram de acidentes aéreos fatais, ou batidas de carro, ou doenças crônicas, descobertas há um mês. Uma lástima. Vão ficar doidos e doídos. Precisarão de muito consolo e colo. Olha nós na fita!
Não desejo que ninguém morra, claro. Não sou maquiavélica, nem estou conspirando em favor da morte de nenhuma senhora bem casada, com um maridinho fofo, que reúne mais de três qualidades almejadas pelas solteiras de plantão.
Também não me vejo batendo ponto em funerais, para identificar recém-viúvos doidos de sofrimento ou doídos com as perdas das suas mulherzinhas sortudas.
Mas cá entre nós, que elas ou eles não nos leiam, a verdade é que tem mulher demais na parada. E o pior, no Brasil, a bigamia (ainda) é crime.
Silêncio....

domingo, 9 de outubro de 2011

Paixão: o avesso do amor?

Coisa antipática, o tal do esperar. Do criar expectativas. Do aguardar. Do ansiar. Do ficar à espreita.

Nunca fui do tipo "mulherzinha", nem no bom nem no mal sentido, se é que existe um mal sentido para ser e estar mulherzinha, num tempo em que a humanidade tem mais delas do que o contrário. Se é maioria, deve ser porque é muito bom. Só pode.

Quanto a mim, cada vez entendo menos esse jeito de ser e estar mulherzinha. A tal da independência que dizem muitos que tenho, e de sobra, é outra coisa que creio ser falsa. Não me sinto autosuficiente, independente. Nem mulherzinha. Essa confusão em minha identidade só não é pior porque pouco penso sobre isso. Hoje é um dia desses. Quero falar disso.

Me causa estranheza ficar à mercê dos acontecimentos. À mercê do tempo. Eu sou ligeira. Gosto de resolver trocentas coisas num mesmo tempo. Escrevo, checo e-mails, converso, como, ouço músicas, vejo programação de filmes em cartaz, atendo ligações, vejo o tempo, se está bom para tomar sol, ou dar uma caminhada. Checo a porra do celular, pela milésima vez, pra ver se encontro uma ligação perdida, ou ao menos um torpedo.

Sou avessa a palavrões na escrita. Quem me conhece um pouco melhor, sabe o quanto sou comedida, e muitas vezes formal, bem diferente de como me manifesto olho no olho. Mas, caralho, tô muita pirada comigo. Por estar à mercê da sorte. Sonhando com uma coisa que nem sei se existe, ou se é fruto da minha doença, em ver beleza e poesia em tudo, inclusive nele, objeto dos meus últimos desejos de consumo.

Queria consumi-lo, mesmo, sem moderações. Pouco me importariam os efeitos colaterais. Claro, já estou sob o efeito de todos eles, exatamente como aqueles piores, das bulas dos remédios tarja preta.

Puta que pariu! A mulherzinha independente aqui está, literalmente, de quatro, por aquele careca, barrigudo, que não me dá notícias a insuportáveis três dias. Ele só pode ser filho de uma descabaçada!

Nessas horas, não me entupo de calmantes, nem como chocolate. Sempre recorro a uma mulherzinha desaforada e extraordinária, que adoro: a Baratinha...

É que preciso dela, pra (conseguir) achar graça, desse estado de letargia em que me encontro. Vai, queridona, dá seu recado, aí, sem medo de se expor....

domingo, 2 de outubro de 2011

Expectativas no armário

agradar é um dom
Preparar-se para um encontro amoroso é sempre momento de tensão, para qualquer mulher, independente da idade. Um misto de ansiedade com emoção toma conta da gente.

Claro que isso não se aplica a encontros com maridos ou namorados. Esse friozinho na barriga, só acompanha as sortudas, naquela fase mágica , do início de uma nova paquera...

Sobre isso, me recordo que minha preocupação, na adolescência, era saber com que roupa ir, e o que dizer pro garoto, quando estivéssemos cara a cara. Ensaios em frente ao espelho não faltaram. Era o medo de falar bobagem e assustar (e afugentar) o pretendente.

Na vida adulta tem sido só um pouco diferente. A preocupação "com que roupa eu vou", por incrível que pareça, ainda persiste. Aliadas a outras grandes decisões, como escolher a lingerie mais adequada para o momento. Isso é muito importante!!!

O medo de falar bobagem já não me assusta faz tempo. Descobri que os homens são os ogros mais talentosos em falar grandes bobagens, naqueles momentos sublimes, que esperamos ouvir sininhos e coisas sutis, delicadas, sensíveis.

Para tomar essas decisões sempre consulto uma das ordinárias daqui, por telefone, para que ela me ajude a escolher como vou me apresentar para um possível affair.

Digo possível affair porque, de concreto, tenho mais torpedos dele do que atitudes de macho alfa, que eu amaria que ele tivesse. Mas tenho que ser menos exigente. Já sei disso, também.

A ordinária me perguntou: "existe alguma alternativa que não seja ele?" Eu prontamente respondi: "num raio de 1200 km, não!". Rimos e concordamos. Eu preciso e devo avançar o sinal com esse único disponível.

Mas o encontro planejado nem aconteceu. A roupa escolhida ficou separada em cima da cama, acompanhada da lingerie. O celular ficou mudo, o sono me acompanhou fortemente, e dormi em cima do projeto de saída.

Como ele sabe fazer bem o jogo da sedução, a sessão torpedos continuou. Marcamos um novo encontro. Claro que não vou chatear a ordinária, só porque o dia mudou e o horário difere do anterior. Decretado: a roupa vai ser a mesma. A lingerie, não... :)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Carta para um (novo) amor?

leia com carinho

Eu poderia ter esquecido você naquele local inóspito, dentro da caixa das piores lembranças de coisas que eu não deveria ter permitido viver. 
Poderia ter perdido as chaves.  Melhor. Poderia ter jogado as chaves ao mar, e torcer para que um peixe que curte comer tudo que machuca, comesse.
Porque não sei se sabe, ou se deu conta, você me machucou, mesmo. Me deixou acreditar que fui nada pra você. Me fez odiá-lo. Me fez torcer pra nunca mais cruzar o meu caminho com o seu. 
Hoje tenho, ao mesmo tempo, a intuição de que foi só uma fase ruim, e pra ambos.
Depois da mágoa curada, fico feliz, por não ter jogado as chaves ao mar. Ficaria enlouquecida, à procura de algum peixe tarado por coisas fortes.
Porque tenho certeza de que sabe, foi forte o que nos ocorreu. Mesmo pela brevidade do tempo, que nos uniu e nos separou, como uma chuva de verão, daquelas rápidas, com pingos tão bravos que doem ao bater na nossa pele.
Causou uma tempestade em mim. Fiquei literalmente molhada, do tanto que chorava e lamentava ter perdido a oportunidade de estar ao seu lado quando a chuva esvaziasse.
Porque não imagino que saiba, eu fiquei me sentindo vazia depois daquele encontro de uma noite só. Desejei novos encontros. Desejei você em minha rotina. Desejei me encaixar na sua, como se tivéssemos descoberto a pólvora, tamanho o estrago do fogo.
Por tudo isso, não tinha mesmo como te esquecer naquele local inóspito, dentro das piores lembranças. Te coloquei no lugar errado. Você não foi um evento ruim ou lastimável. O tempo nos traiu.
Hoje, ao receber seu torpedo, aquela pólvorazinha reacendeu, (ainda) não sei o que, dentro de mim.
Assim, loucamente, corri atrás das chaves, tropecei nas escadas, em busca da caixa nada esquecida, e cheguei naquela noite extraordinária, em que andamos de mãos dadas e, acredite, trocamos juras de amor eterno.
Tomara que minha intuição esteja mesmo certa.
Que nós dois não tenhamos perdido a noção do que ainda podemos ser um pro outro, com brevidade ou longevidade, com ou sem juras de amor eterno.
Tomara que minhas reticências, na resposta ao seu torpedo, sustentem essa leitura que faço hoje, do que já passou, e do que ainda está por vir. Tomara.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Sessão deles

Fernando Pessoa deve ter escrito essas verdades pra mim, alminha romântica e deveras desiludida.
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"O amor romântico é como um traje, que, 
como não é eterno, dura tanto quanto dura; 
e, em breve, sob a veste do ideal que formamos, que se esfacela,
surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. 
O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. 
Só o não é quando a desilusão, aceite desde o princípio, 
decide variar de ideal constantemente,
 tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, 
com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida."

sábado, 6 de agosto de 2011

Extraodinariamente Despretensioso Amor

Tudo começou despretensiosamente. Na verdade a única pretensão que eu tinha era esquecer um romance frustrado e manter-me longe do tal desafeto. E lá estava ele, à minha disposição. Eu podia ligar a qualquer hora, solicitar-lhe para o que fosse preciso: para me fazer companhia numa ida ao hospital, pra trocar a resistência do chuveiro ou mesmo para um bate papo num bom café.
Hoje faz um ano que despretensiosamente fomos à uma pizzaria comer uma... saladaEle estava de dieta (até hoje está, detalhe),  não eu. Mas como boa amiga, acompanhei-o no prato light.
Eu só precisava alguém que me fizesse companhia e me mantivesse longe de uma paixão ordinária, mas foram tantas afinidades surgindo que cogitei a possibilidade de namorá-lo, e hoje o que temos é uma relação extraordinária!
Para aqueles que, como eu, não acredita(va)m que uma amizade pode se transformar em amor, pasmem, transformou-se. Para aqueles que, como eu, cumpriam padrões estéticos e etários rígidos, esqueçam, é tudo bobagem. Nesses 12 meses de convivência quase que diária, descobri que o mais importante numa relação, o que faz uma mulher realmente feliz, é ser amada pelo que se verdadeiramente é. Não por um projeto, por um fake, ou um modelo pré determinado.
Poder ser você mesma, feia ou bonita, magra ou fora do peso (gorda, nunca!), bem humorada ou com TPM,   com tempo ou atolada de trabalho (família, estudos, casa)... enfim, quando há a intenção de se levar o amor à sério, é a essência do ser humano que conta.
Naquela noite, na pizzaria, enxerguei outro homem à minha frente. Mas claro que antes da decisão um item importantíssimo foi avaliado e aprovado, se é que vocês me entendem (se eu não falasse isso o texto não seria postado nesse blog!)...
Foi um ano intenso, vencemos barreiras, preconceitos, medos, incertezas... vivemos dores, alegrias, saudades e hoje estamos felizes, projetando um futuro juntos, de modo que possamos comer salada ainda por muitos anos.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

O natal, pra sempre.

Eu ando estranha. Fico tão centrada em meus processos, que nem noto que já estou diferente de ontem. Me sinto muito estranha. Mudo a cada novo segundo. A boa notícia é que me sinto mais densa. Daí lembrei de "A insustentável leveza do ser", livro pesado que tentei e não sustentei a leitura por 'n' tentativas diferentes. Me lembro de ter enlouquecido um pouco, de tanto que eu buscava entender o que o autor, naquela trama, queria dizer com 'estar insustentável, tamanha a leveza do ser'.

Esqueçam o primeiro parágrafo. Vou (tentar) começar de novo.

Eu ando leve. Fico tão perdida em meus processos, que nem noto o quanto deixei o peso para trás. O pesado ficou distante. Estou mais leve a cada novo segundo. A má notícia é que me sinto mais densa. Por que, má? É que estando mais leve, e mais densa, ao mesmo tempo, sobram poucas possibilidades de viver aventuras. Ou sobram muitas? Nó. Fiquei confusa.

Sempre achei que a Rita Lee deveria ser uma co-autora desse bloguito. Me lembro sempre dela, quando penso no binômio 'sexo-amor'. Aquela música que tenta definir e explicar as diferenças entre um e o outro é mesmo extraordinária. Combina com o meu novo jeito 'leve-denso' de ser. Quando ela canta que 'o amor vem de nós e demora', dá uma vontade imensa de amar, de amar, de amar... não há desejo mais leve que esse. Mas quando ela diz 'sexo vem dos outros, e vai embora...", dá uma dor imensa. Uma vontade de segurar quem quer ir embora, pra amar, amar, amar...não há desejo mais denso que esse.

Daí comparo sexo com pizza, amor com ceia natalina. Um, comida necessária, às vezes quente, outras nem tanto, mas sempre prazerosa, ou nem tanto. O outro, comida feita com carinho, preparo, que aguardamos com ansiedade pelos reencontros. Comida servida com calor humano, ou nem tanto, mas sempre encantadora, romântica, que faz a gente sonhar com um ano novo melhor pela frente, um mundo melhor, dali em diante, com mais amor, amor, amor...

E o grau de densidade vai se ampliando. Transa sem vínculo é boa, sim. Dá aquela vontade, vem o ápice, o apogeu,  depois a queda da adrenalina. Os corpos se separam, se despedem, e do jeito que a água escorre pelo ralo, cada um vai viver a vida do seu jeito, sem mágoas, mas sem amor, amor, amor...

E o nível de leveza vai surgindo. Transa com cumplicidade é extraordinária, sim. Dá aquela vontade, vem o ápice, o apogeu, depois a surpresa das novas carícias, aqueles carinhos sem segundas intenções, ou cheios delas. Os corpos se unem mais, se entregam, e cada um fica ali, colado, ao lado, querendo respirar o outro, engolir o outro, com amor, amor, amor... isso é enlouquecedor de tão bom.

Qual o desejo que sinto? O que prefiro? Eventos natalinos, óbvio. Com direito a comer muitas pizzas: quentes, mornas ou frias. Saborear muito peru, em ótima companhia. Me preparar para cada novo encontro, como se fosse o mais especial. Festejar a paz. Degustar doze uvas doces. Quebrar nozes. Beber vinho em taças lindas. Fazer promessas. Ouvir músicas que embalam. Dançá-las. Olhar nos olhos. Inspirar e sorrir ao sentir aquele cheiro conhecido. Viver o silêncio que há entre duas pessoas que se entendem e se aceitam, misturado com o barulho, que também há nessas duas pessoas, que se entendem e se aceitam. Amor, amor, amor. Muito sexo, sim, mas com amor. Aquele, 'que demora...'

terça-feira, 28 de junho de 2011

Direto do cais

Viva, mas não sonha demais, Alice!
Era isso mesmo que eu gostaria de ser. Pensei, pensei, pensei. Era um marinheiro que eu deveria ser. Primeiro, ter me formado na marinha, e depois, conquistar vários portos. Em cada um, um amor. Em cada partida, um choro de alguém com saudade. Em cada chegada, um reencontro cheio de emoção, muito amor, sexo, e alegria no ar, digo, no mar.

Deve mesmo ser bom ser marinheiro. Imagina só: viver de acordo com a cultura, com os hábitos, sem amarras, sem âncoras, sem culpas. Se tiver de partir, partida autorizada. Se tiver de voltar, retorno autorizado. Ninguém cobra, ninguém persegue, ninguém acha estranho esse ir e vir.

Claro, a mulherada deve reclamar dos seus amores marinhos. Devem requisitar as suas presenças. Devem sofrer imaginando se eles de fato sustentam e validam a lenda de "paracadaportoumamor". Mas, venhamos, deve ser uma delícia ter essa liberdade consentida; poder desfrutar da liberdade de amar cada lugar, ou cada relação, como se fosse única, especial, pra toda vida.

Sei. Nada é para sempre. Há homens comprometidos que levam vida de marinheiros. Vivem as oportunidades que as baladas repetinas ou noites sombrias em filas de supermercados lhes presenteiam. E agem como marinheiros: contam suas histórias cheias de páginas arrancadas ou cortadas. Sugam as informações das alminhas carentes. E quando o dia amanhece, ou a fila termina, simplesmente desaparecem, saem à francesa, banalizando as situações extraordinárias que inventaram e se fartaram.

Não. Se eu fosse um marinheiro, talvez não enganasse ninguém. Talvez não quisesse validar a lenda de "paracadaportoumamor". Talvez alguém me ancorasse. Romântica que sou, não haveria outros mares a serem navegados ou conquistados. O meu amor teria jeito de homem normal, sem histórias, sem mistérios, sem saídas à francesa. E ficaria comigo, à beira-mar, em alto-mar, ou nas marés baixas, que somam a  maior parte dos nossos dias.

Sendo ou não marinheiro, vamos cantar! Lamentar nem adianta muito. E está decretado: mar de lágrimas para nenhum marinheiro. Quem sai à francesa ou mente, não merece uma mísera gota d'água, muito menos dos nossos olhos.


sábado, 18 de junho de 2011

Um novo amor chegou...

Um novo amor (ainda) não chegou, mas quem sabe está vindo aí, afinal é junho, mês de Santo Antônio, mil possibilidades de um novo amor chegar! Exercitando o pensamento positivo, ainda queria que fosse parecido com Zé Renato ...



Um novo amor chegou
Azulando meu peito na barra do dia
Dissolvendo o sereno da melancolia
Reabrindo o botão milagroso da flor
Um novo amor chegou
Enchugando meu pranto no vento da tarde
Carregando a lembrança, a tristeza, a saudade
Apagando em minh'alma o vestígio da dor
Um novo amor chegou
Acendendo meu corpo na boca da noite
Perfumando meu ventre na água da fonte
Clareando em meus olhos a luz e a cor
Um novo amor chegou
Me levando em silêncio pela madrugada
Eu só quero seguir seu caminho na estrada
E dormir na morada do meu novo amor
Um novo amor chegou, iluminou
Como o clarão da aurora
Beijou meu coração, adormeceu
E não vai mais embora

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Esqueça a propaganda




Não há o que falar mais...

sábado, 4 de junho de 2011

"Segredos de liquidificador"

"...você sonhava acordada.."
Sempre ouvi dizer que paixões avassaladoras não tem hora e dia certo para acontecerem. Sempre ouvi dizer que encontramos um novo amor ao acaso: numa fila de supermercado, num posto de gasolina, numa livraria, numa esquina, num carnaval, já quando a quarta de cinzas está por perto. Nunca ouvi dizer que encontramos um par ideal, daqueles de provocar suspiros e torcermos para encontrá-lo nos dias seguintes, em uma balada. Na noite, encontramos aventuras, ilusões, bebedeiras e muita, muita ressaca.
Posso parecer repetitiva e óbvia demais, mas é justamente sobre um encontro desses, nas baladas da vida, que quero narrar para vocês, leitores assíduos e sedentos por diversão, nesse cantinho miúdo e despretencioso da net.
Eu tenho uma triste mania, que parece um mantra, quando digo "hoje eu vou beber". Quem está ao meu lado, sempre solta um "ai, meu deus, lá vem turbilhão de emoções ou confusão das brabas!"; eis uma pura verdade. Sempre me meto em enrascadas quando resolvo apelar pra cervejas, drinks, espumantes e afins.
Era uma noite de sexta-feira. Tinha tido uma semana difícil, cheia de compromissos e prazos para cumprir no trabalho. Não estava com vontade de descansar. Pelo contrário. Queria exaustão, a ponto de querer ver o outro dia chegar sem queimar pestanas. E disse pra mim mesma "hoje eu vou beber". Ninguém me ouviu, desta vez. Deveria ter dito isso ao lado de algum amigo, pois quem sabe, a razão alheia me faria estancar o que estava pra me acontecer. Mas não ouvi conselho algum. Comprei fichas de cerveja e começei a beber sem pressa, com liberdade, com vontade. A festa estava boa. Gente estranha, poucos conhecidos. A música estava ótima. Um sambinha sempre cai bem. Como diz Jorge Aragão, "tudo acaba em samba...". Se bem que tudo poderia acabar em forró, em pop rock, ou até em axé....creio que, naquele dia, qualquer som me caberia bem, tamanho o meu desejo de esquecer os problemas do cotidiano e curtir  uma noitada.
Ele me viu no balcão, trocando mais um ticket por outra cerveja. Eu já o tinha visto, logo na entrada. Parecia da minha idade, o meu 'top'. Cabelos grisalhos, sorriso largo, uma camisa branca, de malha, calça jeans e tênis. O cheiro que emanava era aquele perfume que amo, 212. Esse cheiro me envenena. Fico seduzida. Não precisava de mais nada para nos aproximarmos. Simplesmente sorrimos um pro outro. No momento seguinte, já estávamos íntimos, juntinhos na pista, corpos grudados, rindo de bobagens ditas sobre bobagens que sempre dizemos nessas horas. Ele me cheirou e reconheceu meu perfume. Disse ser o seu predileto. Ri da 'nossa' cumplicidade. Mais um encontro extraordinário. Pensei comigo: estava eu ao lado do meu príncipe, o príncipe daquela noite. Sabia que no the day after, nem nos veríamos mais. Eu de um estado, ele de passagem. Isso não me incomodou. Estava afim de diversão, não de casamento. Dançamos muitas músicas, trocamos carinhos, mais bobagens ditas ao pé da orelha. Me lembro sempre da música de Cazuza, nesses momentos. Saímos de lá, embriagados de desejos. Não me lembro do que ocorreu depois da nossa saída. Mas é fácil advinhar. Só lembro que não fechei as pestanas e cheguei em casa, inteira e com ressaca, quase ao meio-dia. E ele? Ah, o sapo ficou lá, dormindo, verde, gelado e roncando em seu brejo.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Barriga Masculina

Após constatar que não há homem solteiro da minha idade, conclui que também não há homem da minha idade sem uma protuberância considerável na parte frontal do corpo. O que alguns ousam chamar de “calo sexual” (que eu, particularmente, considero de extremo mau gosto), torna-se cada dia mais comum e aceitável socialmente. 
Os homens entopem-se de chopp nos fins de semana e isso vai contribuindo para o aumento da pança, e diretamente proporcional a isso, vai diminuindo o meu tesão. 
Quando era garota, a primeira coisa que olhava num homem, era o rosto. Se fosse bonito, já tinha 50% de chance comigo. Aprendi que há outras coisas por trás de um rostinho bonito, mas é inevitável desanimar completamente ao me deparar com o chamado “excesso de fofura”. 
Ô coisa bisonha...
Algumas pessoas tem verdadeiro pavor de academia. Eu não entendo isso, não que seja fã de malhação, mas compreendo que há coisas na vida que são necessárias, ainda que sejam chatas e não nos tragam prazer algum. Eu não malho, mas também não me entupo de porcaria, nem de cerveja, que vão acabar detonando, além da minha saúde, o meu poder de atração.
Mas homem "se acha", porque tem mulher demais no mercado, então se dá o direito de ser barrigudo e comilão!  
Arnaldo não tinha barriga (“tinha” porquê? Arnaldo morreu?). Carlinhos, o Sr. Perfeitinho é pançudo. E Zé, o barriga de lama que deixou minha amiga extraordinária com os quatro pneus arriados, portava uma almofada sob a camisa. 
Quando o cara é gordinho, até libero, porque é gordo mesmo e se você decidiu ir pra cama com o papai noel deve estar preparada pra tudo. Mas homem magro com barriga me brocha totalmente. Se for baixinho, então, passa longe que eu vou atrás de um tanque!

sábado, 21 de maio de 2011

Nem era carnaval...

Estava eu, no desembarque, tentando encontrar um rosto familiar. No meio da espera, ele me apareceu. 8h30, horário local. O cara tinha no máximo 30 anos. Corpo atlético, cara boa, sabe? Também achei que era muito cedo para paquerar. Mas assim como o amor, uma boa paquera não tem tempo certo pra acontecer. Quanto mais ele me fitava com olhos devoradores, eu me sentia a mais imperfeita das mulheres naquela aeroporto cheio de executivas de pastas de couro, maquiagens e cabelos impecáveis, vestindo seus saltos de 15cm. Não podia ser comigo, concluí. Mas não desgrudei os olhos dele. Queria mesmo acompanhá-lo, até quando a minha visão não o alcançasse mais. Daí lembrei do que eu vestia, e que não tinha sequer um mísero batom nos lábios, que não tinha tomado o meu café da manhã, que a única coisa lúcida que tinha feito, foi ter ido ao banheiro e escovado os dentes. Ufa! Minha bolsa pesa muito, mas me senti aliviada de ser tão limpinha quanto esperta, numa viagem cheia de escalas pela frente. Mas não me sentia confortável. Escolhi uma roupa "nada a ver". Misturei botas pretas tipo "cowgirl", calça preta, camisa pólo preta, e pásme, um blazer branco, de tecido, mas que de longe, tenho certeza que parecia couro. Me faltava apenas um chapéu de vaqueira, que cairia até bem, pois o meu cabelo não estava escovado, pelo contrário, tinha prendido de qualquer jeito, como se estivesse em casa, num dia de faxina. Pois bem, o cara de sorriso maroto (nome de banda?), continuava me medindo dos pés à cabeça. Talvez querendo ter certeza de que era possível alguém se produzir pra uma viagem como eu, tamanha a sua surpresa com minha produção, que eu confesso, estava extraordinariamente ridícula. Mas, acredite, ele não se intimidou com meu estilinho estranho e "nada a ver". Quando eu achei que tivesse perdido o tom da paquera, ele fez meia-volta e voltou mesmo, em minha direção. Nervosa, começei a rir pra ele, e por dentro, achando graça de eu ter conseguido atrair uma gracinha daquelas, assim, sem um café da manhã, uma sombra digna de uma mulher decente, ou cílios alongados. Ele se aproximou de mim, retribuiu o sorriso e apenas disse:
- como eu iria partir sem conhecer você?
- eu não acredito que está paquerando num desembarque...
- qual o problema?
- nenhum, só fiquei boba com sua atitude...
- vamos tomar um café?
- não posso...estou aguardando uma pessoa, que deve estar desembarcando agora...
- que pena...
Conversa vai, conversa vem...coisas de aeroporto, sabe? Pois então...trocamos nomes, afazeres, moradias, destinos e até telefones, em menos de quinze minutos da paquera mais extraordinária que já me ocorreu. Andamos um pouco, subimos escada rolante e ele segurou a minha mão direita...parecíamos um casalzinho em lua de mel, à espera do vôo pra Paris. Cheguei a pensar alto, quando lhe disse:
- é muito inusitado, tudo isso...não estou acreditando!
- e o inusitado não é bom?
- mas você não está no carnaval da Bahia, não há blocos de rua, nem camarotes, nem estamos alcoolizados...nada justifica isso....
Ele riu da comparação e tentava se aproximar, mais e mais.... eu disfarçava, incrédula.
- sim, muito bom...mas ok, Zezinho. Eu vou para o portão de número 7, e você?
- vou para o portão G, do lado oposto.
- precisamos nos despedir...
O cara era novinho, mas cheio de atitude. Um homem alfa, meu Deus....Amém...ele me puxou para perto dele, me enlaçou e me deu um beijo, numa esquina do aeroporto, como se estivéssemos sozinhos e, talvez, na nossa suíte, já em Paris... o que eu fiz? Ah... primeiro eu ri, nervosa com tanta coisa nova e diferente; depois me dei conta de que existia um homem alfa, quase grudado em mim, pedindo atenção. Decidi me entregar aos seus beijos, aos carinhos; o portão de número 7, ou o G, poderiam ter sumido, pois era ali que eu queria me esconder. Nos braços daquele estranho chamado Zezinho. Enfim, uma história boa, em pleno mês das noivas. E Paris ficou bem pertinho de mim...

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Pensando "naquilo"

vamos negociar?
Claro que estou pensando no que todo mundo pensa quando entra aqui: sim, em sexo!
Também fiquei pensativa sobre o comentário de uma amiga ordinária: que agora só penso em romance, em escrever neste blog, que não penso mais em sexo, e que talvez tenha perdido o interesse pelo sexo, de tanto que fico por aqui, escrevendo sobre amores vãos.
Ora, concordem comigo, que mal há em elocubrar sobre o amor? Nenhum. Também acho. E digo mais. Sexo verbal, nem faz meu estilo. Nem o meu, nem o dele (o Renato, do Legião Urbana), que infelizmente morreu, mas felizmente nos deixou um legado de músicas e ideias interessantes para consumirmos sem medo de errar na escolha, porque qualquer canção dele, é linda mesmo...
Voltando ao motivo do post, eu preciso reafirmar pra todos e gritar: EU NÃO VIVO SEM SEXO!!! Ah, esse ainda (o Roger, do Ultraje a Rigor) está vivinho da silva, e deve fazer pouco sexo, do contrário, não ficaria gritando, implorando por sexo, assim, como se estivesse há tempos sem gozar, literalmente...
Pior é que, quanto mais penso em sexo, mais desejo amor. E será que toda a legião masculina pensa diferente de mim? Vai saber!
Meditando e confabulando com as amigas, pensei em ir ao sexshop para, quem sabe, adquirir um "brinquedinho". Me perguntaram o que eu compraria. Expliquei que, além de vibrar, o produto teria que garantir preliminares extraordinárias, me enlaçar, me puxar pra mais perto, cheirar muito meu cangote, tatear meu corpo inteiro com suas mãos grandes, e me dizer aquelas coisas que amo ouvir quando estou fazendo amor...
(suspiros) "ai, o amor, hum, o sexo", ih, Rita (ela, a Lee), não dá né? Vamos parar por aqui...eu duvido que eu encontre um aparelho, movido a pilha, que traduza meu alto grau de romantismo.
Tô ferrada, diga logo, pode me dizer...
Pior não é nada. É a praga do meu amado EX, aposto.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

alguém tem que dar um FIM

me serve mais?
- quer saber? não dá pra programarmos esse novo encontro.
- sério?
- sim... vamos deixar essa história linda da gente, pra uma outra vida.
- você quer isso mesmo?
- não. mas só de imaginar você mentindo, penso que nada disso vale a pena.
- também não me sinto bem...mas pra estar com você, preciso fazer isso.
- o problema é que não tenho o direito de viver isso, com você...nós não temos o direito de viver isso.
-vc já me disse isso antes... mas e o que faço, com o que sinto?
- faz assim: deixa guardado. eu também deixarei. ficaremos guardados um no outro. Ninguém jamais saberá o que foi, o que não foi, o que era pra ter sido, o que poderia ter sido.
- preciso sair...depois conversamos...
suspiros meus
- ok.
fechamos a aba do bate papo, e a conversa, instataneamente, findou.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Se chorar é pior...



Você me dá muito pouco
E eu vou embora
O que você me deu
Vou jogar fora
O que presta pra mim
É afeição
Eu vou tentar ser bem mais competente
Na escolha da próxima paixão
Meu bem
Próxima paixão, meu bem
Próxima paixão, meu bem
Próxima 
Próxima
Próxima
Eu quero alguém bem melhor
E mais bonito
Alguem que nem você eu não preciso
O resultado disso é solidão
Eu vou tentar ser bem mais competente 
Na escolha da próxima paixão
Meu bem
Próxima paixão, meu bem
Próxima paixão, meu bem
Próxima 
Próxima
Próxima
Não chore homem...
Mas as coisas não são assim
Não é vovó?
São coisas que a gente não escolhe nunca
As coisas do coração
Não é vovó?
Elas são como são ou a gente muda?
Amanhã eu não quero confundir
Atração sexual com ilusões de amor puro
Não chore homem...
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Uma música extraordinária, não é? 
"São coisas que a gente não escolhe nunca
As coisas do coração, não é vovó? 
Elas são como são ou a gente muda?"

sábado, 5 de março de 2011

De Velhos Carnavais...

Quando esse blog foi criado tínhamos pouquíssimos leitores, porém histórias quentes e fresquíssimas, saídas da realidade direto para essas páginas virtuais. Era como um diário, onde cada história extraordinária era revelada em tempo quase real.
E nesse sábado, em que duas EXTRAordinárias caíram na folia, e outra, preferiu recolher-se, reedito alguns posts, para que os novos leitores curtam essas histórias de velhos carnavais.

Abram os links e deliciem-se:

terça-feira, 1 de março de 2011

Já estão rolando...

bem me quer, bem me quer...
Pra quem é solteiro, penso que não existe festa mais atrativa que o carnaval. Não porque, junto com a solteirice, se pode quantificar número de bocas a conhecer e a beijar...isso é coisa de gente solteira (ou não) e jovem demais. Diferente dessa lógica, de quem (só ou ainda) associa o carnaval com sexo casual, aventuras de uma noite só, beijos insossos e sem nexo, essa é uma época do ano que os brasileiros, e muitos gringos, teimam em exagerar na dose: das máscaras, da fantasia, do humor, da descontração, dos goles a mais, claro, da vontade de sorrir, de dançar, de encantar-se com o desconhecido, com o contexto do bailinho, bloquinho, camarotes e tantos outros encontros a céu aberto.
A impressão que se tem é que tudo é, literalmente, permitido e lícito viver. O mundo pode mesmo acabar no segundo seguinte, então, tem que se aproveitar muito, namorar bastante (!) e curtir até a quarta de cinzas, afinal, a partir daí, as águas rolarão e apagarão o fogo, de uma semana inteira de vida deliciosamente dedicada ao lado mais profano que habita em cada um de nós, míseros e ordinários mortais.
Claro. Não estou a falar (bem português) nenhuma novidade. Mas, é preciso dizer mais. Estou naqueles dias. Os dias que antecedem a chegada do Rei Momo. Amanhã ele chega, na quarta-feira. Amo agraciá-lo. Amo perceber a sua graça, a sua capacidade de universalizar a folia por tantos lugares, de tantos jeitos e trejeitos. Do sudeste ao nordeste, do norte ao sul, ele reina, soberano, contrariando incêndios em escolas de samba e também  nossos (os meus, ok) dissabores amorosos recentes.
Desta vez, o mês que recebe esse rei envolvente não é fevereiro. Enfrentaremos o fim do veraneio, com o sabor do carnaval, já no mês de março. Com ele vem o começo do ano, para muitos. E com ele, as águas de março, fechando o verão. Espero que, junto com isso, que venha mais vida, mais amor, mais folia, mais harmonia, justamente como o querido outono, tão romântico e delicado, quanto possível.
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A rosa do lindo Pierrot é para a nossa querida extraordinária, aquela que anda tristinha, mas que vai abrir um sorrisão ao ver este presente. Nós te amamos, viu?
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Agora uma poema recado com mesmo título de uma famosa marchinha, para quem vai pular o carnaval ou as sete ondas(:

As Águas Vão Rolar

É. 
O nosso amor durou
e como gota d'água foi pingando
tudo se acabou
nós dois não temos mais o que falar
não posso morrer de amor
se eu tenho tanto ainda pra viver.
A vida me ensinou,
me dando novos rumos pra seguir.
Vou ter que ser forte pra aguentar.
As águas vão rolar, mas vai passar,
vou pegar carona nesse mar.
A minha dor, as ondas vão levar.
Vou ter que dizer adeus,
meu coração cansou de se enganar!
Seguir os caminhos meus
quem sabe um novo amor vai me curar...

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Inoculamos amores vãos

O cenário foi um curso na semana passada, onde o consultor muito instruído e com oralidade perfeita lança um “inocular X a Y” e eu começo a viajar na palavra. Ele não falou apenas uma vez, mas várias, ou pelo menos o suficiente para que eu inoculasse a palavra ao meu dicionário interior, criando imediatamente o desejo de escrever algo que tivesse a palavra logo no título. Eis que surge, com a deixa da extra-aniversariante, esse texto sobre como inoculamos amores vãos (ou não).


Isso não tem nada a ver com vírus, soro, vacina ou qualquer microorganismo causador de doença. Tem a ver com pessoas e relações. Penso quantas fantasias já inoculei em nome da paixão, quanta gente que ficou entranhada em minha cabeça, meu coração, mais tempo do que devia e hoje olho e não sinto nada – um grande VIVA para isso! Tá bem, outras estão aqui ainda. É sobre três que vou falar. Um Carlinhos, um Arnaldo e um Zé.

Arnaldo é de outro país, outro mundo, outro sistema cognitivo, inoculado no carnaval de 2005. Me mostrou que o mundo é grande e está ao alcance de todos. Me deu presentes que só um príncipe e me ensinou a olhar além do meu contexto. Me fez sorrir e me fez sofrer. Ficamos um tempo sem nos falar e voltamos a pouco mais de um ano, nossas vidas muito diferentes, mas com um carinho para vida toda que acabou com as mágoas do passado. Nunca me chamou de amiga.

Carlinhos é meu desejo, minha pele, meu cheiro, meu sorriso, meu tudo preferido, inoculado no carnaval de 2006. Com ele vivi coisas divertidas, livres e felizes, aquelas que a gente quer lembrar quando ficar velhinha, e hoje ri sozinha quando lembra. Me fez sorrir (muito) e me fez sofrer e nunca me chamou de amiga. Me chama por apelidos gostosos, manda uns torpedos doidos e mensagens engraçadas nos momentos mais inusitados, aqueles que quando a gente recebe fica lendo e relendo e pensando e lembrando e desejando... Ai, ai. Ainda inoculado.

Zé não é um cara em especial, são todos os outros. Esses que também me fizeram sorrir e me fizeram sofrer (muito). Esses que lembro mais da parte triste que da feliz. Nunca me chamaram de amiga, mas eu faço questão de chamá-los assim. Mantenho a distância para que eles saibam que EU não quero mais, chega, vivam suas vidas e suas escolhas que estou tocando a minha própria vida e minhas escolhas. Ficou inoculada apenas a lição de manter a distância. Não os quero nem como amores nem como arrimos emocionais/sexuais. The end, fim!

É isso: “vivendo, amando e aprendendo”; comendo, rezando e amando; inoculando, gerundiando e escrevendo sobre o que importa ou não. Eis-me aqui em catarse extraordinária.

Falsos amigos

Começo afirmando que nunca quis estimular inimizades com ex-namorados.
Penso que, se a relação não vai bem, não me satisfaz, termino imediatamente, por meios virtuais, pra nem gerar constrangimento, ou naqueles encontros insuportáveis, para fechar o veredito: todos pelo fim da relação. Seria a famosa DR saideira, exatamente como aquela cerveja gostosa, que a gente sabe que se deixar de tomá-la, volta pra casa com culpa, com remorsos por tê-la deixado no congelador.
Comigo funciona parecido. O último gole da cerveja, digo, o último suspiro de uma história, acontece quando eu olho pro cara e não sinto vontade de tomá-lo, numa golada só, e depois lamber os lábios.
Analogias à parte porque me pareceu conversa fiada, ou de bêbada, que não sou, nem acredito que vou me tornar, revelo que os inimigos não existem no meu território amoroso. Nem se transformaram em amigos. Estão no limbo.
Quando ainda termino gostando do ordinário, fico arrasada pensando como poderia segurá-lo. Depois fico brava comigo, porque autoestima é tudo nesses momentos. Daí xingo alto, solto um 'IMBECIL' em alto e bom som. 
Claro que já pensei até em cortar os pneus do carro do cara que me descabelou.
Certa vez, tive muita vontade de arranhar os discos do Zé, como me instigou aquela música depressiva e dramática, de Adriana Calcanhoto, que insiste, mesmo sendo rejeitada, e diz assim "que é pra ver se volta, que é pra ver se você vem...".
Confesso. Apelei, mesmo.
Por isso, quando a ferida está aberta, venhamos, não há como manter-se amiguinha, do tipo que escutaria o cara desabafar ou desabar falando de outros amores, de suas dores. Ema, ema, ema...
Quer saber? Eu odeio ser chamada de amiga por quem ainda mantenho alguma afinidade, ou algum desejo, latente ou adormecido. Ser tratada como amiga por um ex, só se for depois de décadas, quando a história já virou lenda e as cinzas já estão frias e despejadas ao mar. 
E isso tudo é pra dizer que odiei receber uma mensagem IMBECIL do meu Carlinhos, porque ele definiu na escrita que (agora) somos (só) amigos.
 REPITO: não estacione seu carro, aqui perto.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Estamos à margem...


caminhando e cantando...
Primeiro o desabafo.
É muito bom prosear com gays. Ir ao shopping, pedir conselhos amorosos,escolher roupa, comentar sobre o corte de cabelo, que sapato usar, conversar sobre os homens, sobre a vida, sobre as tendências da moda, sobre as novelas, sobre qualquer coisa. São amiguinhas coloridas muito extraordinárias.
Paquerar na balada com gays, programa imperdível. Eles soltam pérolas, são bem humorados e sempre saem com conclusões hilárias. Se forem afetados, tanto melhor. Diversão garantida. Mas quando estão com raiva, falam alto, pisam forte e armam barracos. Nesses momentos, prefiro bater em retirada.
Ainda assim, fato é que não há como não ficar cada dia mais preocupada com o andar da carruagem.
Os gays lotam praças, praias, igrejas, elevadores, trânsitos, esquinas, bares e livrarias. Aos bandos, saem por aí, alegres, saltitantes e descontraídos, amando muito; com firmeza, carregam a bandeira símbolo da comunidade homossexual (o arco-íris);
São o centro das atenções.
Há um mercado gay cada vez mais promissor para empresários bem sucedidos que apostam nessa "fatia" imensa do mundo do consumo. Eles são exigentes. Gostam de comer bem, e serem bem tratados. Odeiam olhares de lado, e não suportam ser vítimas de preconceitos. Os que ainda estão no armário, diria que uma parte também ascendente, ainda querem discrição. Tudo está se adaptando para agradá-los.
Nas redes sociais, já trocam carinhos explícitos. Mostram suas experiências amorosas sem medo da exposição desmedida. Eles querem dominar o mundo.
E nós, mulheres marginalizadas, 100% heterossexuais, convictas da nossa sexualidade? O que fazer diante de caos de purpurina misturado com testerona? O que fazer para não sofrer com a classe excludente de homens com H maiúsculo que curtem apenas ordinárias? Não me perguntem.
Outro dia, estava eu sentada em uma mesa de bar, com cinco (disse cinco) homens bonitos, inteligentes e divertidos. Mas eram cinco (disse cinco) gays bonitos, inteligentes e divertidos. Pensei por um momento se eu podia me interessar por um deles. Claro que sim. E quis chorar. Mas apenas ri, de desespero.
Um deles, me confessou relacionar-se com meninos e meninas. O termo bissexualidade nem é mais usual entre eles. Apenas querem aproveitar e gozar a vida, sem definições, regras ou limites. Nisso eu concordo. Estão mais que certos, ora bolas!
Na mesa, as duas únicas mulheres lamentaram. Pensamos juntas: já não bastam os ordinários casados que nos perseguem sem nenhuma piedade? Por essas e outras, concluimos que não há mais homens disponíveis. Eles estão acompanhados de outros homens. E também não há como saber se o cara é homem e é solteiro apenas por não usar aliança. Aliás, determinadas alianças nos indicam que eles já possuem donos. E não tenho mais tipo masculino a almejar. Eu tenho pressa. Pressa de homem, com H do tamanho que ele tiver, desde que eu consiga roubar sua atenção ou desviar sua atenção dos outros ordinários.
Agora as desculpas.
Desculpa, leitor(a). É que o o negócio está ficando muito complicado.
O desabafo dessa manhã de domingo é como diria Gal Costa, como um dia de domingo. Mas não dá pra fazer de conta que ainda é cedo.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Selinho Novo

Não curtimos a disseminação de correntes na blogsfera, mas pra ganhar um selinho lindo desses e ainda por cima ter sido indicada por uma garota fofa (que também é EXTRAordinária) como a Katie Kris, é maravilhoso.
As regras são as seguintes:

1- Repassar o selo a 12 blogs.  (afff, isso tudo???)

2- Responder as perguntas:

a) Nome: Extraordinária
b) Música: Pagu
c) Humor: Ácido
d) Uma estação: Verão
e) Como prefere viajar: (bem) Acompanhada 
f) Um seriado: Sex And The City
g) Uma frase ou palavra mais dita por você: Homem é igual ônibus: Se você perdeu um, não esquenta que logo vem outro.
h) o que achou do selo: Um presente! 

Os Blogs que indico são:
  1. Foi Assim
  2. Impressões, Memórias e Desventuras
  3. Hoje meu eu acordou meio lírico
  4. Muito de mim, muito de nós
  5. Caralhaquatro
  6. Pensar, fazer... e acontecer?
  7. Meu Nome é:
  8. Fotofalada
  9. Flores no caminho
  10. Mulheres sob descontrole
  11. Espalitando dente
  12. Rádio Blog

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

"Pega na mentira..."

Para eles sempre há uma explicação. E tem homem que de tão cara de pau nem varia o repertório de desculpas. Algumas frases já se tornaram clássicas na hora de terminar uma relação, pular a cerca ou justificar a falta de atenção com a mulher.
Delas levantou as “historinhas” mais usadas pelos marmanjos e, para comentar cada uma delas, contou com o bom humor de Nara Franco, autora do blog e do livro "Homem é Tudo Palhaço" (Editora Desiderata), e Danielle Means, cronista do site “Mulé Burra” e uma das autoras do livro “Mulé é um bicho burro mermo” (Editora Matrix).
Já uma Delas daqui, aproveitou os subtítulos e produziu novas interpretações... confira abaixo!!
“Eu nunca traí minha mulher, mas com você é diferente.”
Ser diferente, ser especial...parece que os homens já entenderam que são palavras que soam bem aos nossos ouvidinhos carentes de bons tratos. Mas é pura enganação. Certamente, a cama box deve estar a 5 metros dessa conversa fiada...fique esperta!
"Meu cachorro passou mal, vou levá-lo ao veterinário.”
Uma boa forma de desmenti-lo é se convidar pra ir...se você também for dona de um cachorro, melhor ainda, pois saberá o que dizer e acalmá-lo...ou desnorteá-lo!
“Estou sem tempo para assumir um relacionamento agora, trabalhando muito...”

Essa é clássica. Pior que isso, é insistir em dar corda pra esse ordinário! Se livra desse traste e parta pro lado oposto!
“Não precisa ter ciúme. Ela é bonita, mas eu não saio com gente do trabalho.”
Como já me meti em várias enrascadas do trabalho, essa mentira não colaria comigo. Mas se quiser continuar com alguém que nem sabe mentir, saiba que vai continuar sendo traída, de dia e de noite (nos plantões da vida)! 
“Não assinei o canal de sexo, veio de brinde no pacote do Brasileirão.”
Fala sério! Que idiota acreditaria nisso? E o que há de mais em ele assistir filmes pornôs? O máximo que vai acontecer é ele ficar com baixa estima, ao sentir-se comparado com os homens do vídeo! E isso, é um problema dele, não seu...
“Não estou pronto para me envolver a sério com alguém.”
Isso é conversa de menino, e não de homem...você decide, se desejar bancar a tola!
“Estou tomando essa decisão porque quero o seu bem.”
Cara ordinária: o bem está mais perto que você imagina...livre-se desse mal(a)!!!
“Não posso mais sair hoje, tenho que levar minha mãe ao shopping.”
Apenas lhe responda: "Vá com ela, ou com qualquer outra pessoa, pro raio que o parta!" 
“Não sei o que eu quero...”
Problema dele, e das baleias de Roberto Carlos...
"O meu celular não estava desligado, a bateria que acabou.”
Pior é que pode ter sido verdade...se acontecer outras vezes, pára de ligar pra ele, ora bolas!
"Eu não sumi, só estive trabalhando, ocupado.”
E por que insiste com quem não te retorna? Ordinária, ame a você primeiro!
"Eu não amo mais minha mulher, só estou esperando o momento certo para terminar...”
Hahahaha...sem comentários!
"Ciúme dela? Imagina, é só uma chata que fica me enchendo no Facebook!” 
Eu já acabei por conta do facebook...nos Estados Unidos, os divórcios chegam a 5%...no Brasil, as mulheres continuam fazendo vista grossa...
“Sério que você me ligou a tarde toda? Não vi."
Me poupe! O que há com você? Se jogue na vida, garota! Aproveita o sol, vá à praia, vá pra Balada, junte-se às mulheres que não correm atrás de lobos...

sábado, 22 de janeiro de 2011

Não se vá...

"...é o calor, que aquece a alma..."
O título original da comédia romântica é The Holiday. No Brasil, ficou traduzido para "O amor não tira férias", um filminho água com  marshmallow, com o fofo do Jude Law, que interpreta um viúvo (uau) lindão, que sabe cozinhar e entreter as duas filhinhas (e qualquer mocinha de sorte), e que cai de amores por Cameron Diaz. A personagem dela, por sua vez, resolve tirar férias de si mesma, de sua vida, quando decide viajar para um lugar bem distante e diferente da sua realidade. Há mais na história, mas quero me centrar nessa ideia de "tirar férias para livrar-se de um infortúnio, de uma paixão mal resolvida".
A meu ver, fugas nunca dão certo, ou nunca conseguem corresponder ao que desejamos. Nos livramos de um contexto e logo nos metemos em outro. Não controlamos absolutamente nada no território amoroso. E nem poderíamos...
No filme, o amor chega rápido, num encontro de olhares, e uma sessão de beijos de tirar o fôlego. O novo amor, por sua vez, exige atenção, dedicação exclusiva, ou seja, não permite distrações, muito menos férias para os enamorados.
Na vida real, por outro lado, a dor de uma perda e a solidão emplacam, mesmo quando decidimos fugir de nós mesmos. Elas nos perseguem, independente de onde estejamos fisicamente.
Chega de racionalizar..e não é que, em plenas férias, o amor me pegou? Pois então, aquela máxima que dizem por aí 'hoje pode acontecer tudo, inclusive nada' comigo funcionou às avessas. Do nada, aconteceu tudo.
E, revendo o filme hoje, consegui chorar como a personagem da Cameron Diaz, vivendo a situação de descobrir-se apaixonada por alguém, que mora quase do outro lado do mundo. Fiquei com uma vontade imensa de segurar o tempo, controlar os destinos, ou apertar a tecla 'pause' no exato momento em que ele me disse "estou triste, porque vou embora". Me pareceu Jude Law, o fofo viúvo capaz de me fazer caminhar de salto alto, na neve!
E o olhar do meu Jude Law, quente como seu beijo, e suas mãos fortes, me paralisou. Me fez acreditar que podemos fazer filminho água com  marshmallow, em nossas vidas. E mais. Podemos reeditá-los, trocar os protagonistas, mudar os cenários. Mas sem os infelizes créditos finais. Apenas recheado de cenas extraordinariamente românticas. Seria doce. Como água para chocolate!
Deixa quieto...essa (já) é uma outra história de cinema...