domingo, 13 de fevereiro de 2011

Estamos à margem...


caminhando e cantando...
Primeiro o desabafo.
É muito bom prosear com gays. Ir ao shopping, pedir conselhos amorosos,escolher roupa, comentar sobre o corte de cabelo, que sapato usar, conversar sobre os homens, sobre a vida, sobre as tendências da moda, sobre as novelas, sobre qualquer coisa. São amiguinhas coloridas muito extraordinárias.
Paquerar na balada com gays, programa imperdível. Eles soltam pérolas, são bem humorados e sempre saem com conclusões hilárias. Se forem afetados, tanto melhor. Diversão garantida. Mas quando estão com raiva, falam alto, pisam forte e armam barracos. Nesses momentos, prefiro bater em retirada.
Ainda assim, fato é que não há como não ficar cada dia mais preocupada com o andar da carruagem.
Os gays lotam praças, praias, igrejas, elevadores, trânsitos, esquinas, bares e livrarias. Aos bandos, saem por aí, alegres, saltitantes e descontraídos, amando muito; com firmeza, carregam a bandeira símbolo da comunidade homossexual (o arco-íris);
São o centro das atenções.
Há um mercado gay cada vez mais promissor para empresários bem sucedidos que apostam nessa "fatia" imensa do mundo do consumo. Eles são exigentes. Gostam de comer bem, e serem bem tratados. Odeiam olhares de lado, e não suportam ser vítimas de preconceitos. Os que ainda estão no armário, diria que uma parte também ascendente, ainda querem discrição. Tudo está se adaptando para agradá-los.
Nas redes sociais, já trocam carinhos explícitos. Mostram suas experiências amorosas sem medo da exposição desmedida. Eles querem dominar o mundo.
E nós, mulheres marginalizadas, 100% heterossexuais, convictas da nossa sexualidade? O que fazer diante de caos de purpurina misturado com testerona? O que fazer para não sofrer com a classe excludente de homens com H maiúsculo que curtem apenas ordinárias? Não me perguntem.
Outro dia, estava eu sentada em uma mesa de bar, com cinco (disse cinco) homens bonitos, inteligentes e divertidos. Mas eram cinco (disse cinco) gays bonitos, inteligentes e divertidos. Pensei por um momento se eu podia me interessar por um deles. Claro que sim. E quis chorar. Mas apenas ri, de desespero.
Um deles, me confessou relacionar-se com meninos e meninas. O termo bissexualidade nem é mais usual entre eles. Apenas querem aproveitar e gozar a vida, sem definições, regras ou limites. Nisso eu concordo. Estão mais que certos, ora bolas!
Na mesa, as duas únicas mulheres lamentaram. Pensamos juntas: já não bastam os ordinários casados que nos perseguem sem nenhuma piedade? Por essas e outras, concluimos que não há mais homens disponíveis. Eles estão acompanhados de outros homens. E também não há como saber se o cara é homem e é solteiro apenas por não usar aliança. Aliás, determinadas alianças nos indicam que eles já possuem donos. E não tenho mais tipo masculino a almejar. Eu tenho pressa. Pressa de homem, com H do tamanho que ele tiver, desde que eu consiga roubar sua atenção ou desviar sua atenção dos outros ordinários.
Agora as desculpas.
Desculpa, leitor(a). É que o o negócio está ficando muito complicado.
O desabafo dessa manhã de domingo é como diria Gal Costa, como um dia de domingo. Mas não dá pra fazer de conta que ainda é cedo.

8 comentários:

  1. Não tenho medo da concorrência colorida. O tipo de homem que me interessa não se interessa por eles.

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  2. ultimamente nao tenho nenhum tipo de amigooo, nem com H nem sem H, que lástima =(

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  3. Acho engraçado isso, quando o homem não é cafageste, é pq tá faltando homem... Discordo completamente. Se me permitem, esse será longo:

    Há um tempo atrás, um desabafo de uma paquera linda, no facebook, reclamando da falta de homem (e todas as amigas dela). Ah é assim? Chamei pra sair 3 vezes... só ouvi desculpas. Tudo bem que eu não sou nenhum Brad Pitt, mas homem eu sou.

    Outro dia, uma amiga me apresenta outra amiga. Passo metade da noite tentando me aproximar da moça. A moça cheia de sacarose no ânus... resultado: fiquei com uma terceira pessoa na balada e a moça ficou toda melindrada. Pra que cu doce, se tá faltando homem?

    Há menos de um mês saio com alguém com quem acreditava finalmente poder ter uma relação sincera, agradável, com gostos parecidos etc. Do nada a moça muda, inventa que tá com medo, e 2 semanas depois está namorando um outro coitado... que provavelmente estava saindo com ele antes mesmo de ficar comigo... Se tá faltando homem, e não quer homem cafageste, pq sair com 2 ao mesmo tempo?

    É falta de homem? Nop. Estamos aqui, ainda tentando entender, ainda tentando fazer direito. Talvez realmente sejamos bonzinhos demais, bobos demais, apaixonados demais pra sermos notados como homens.

    Sinto muito, discordo totalmente.

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  4. Pautas extras, em cada um desses comentários...
    Paty, sortuda, sortuda, sortuda!
    Katie, procura direitinho que o homem com H deve estar mais perto do que imagina...
    Edu, querido, não precisa sentir muito...risos..que bom que discorda..isso é uma luz no fim do túnel, pra mim! Você, do seu lado, pode apostar que faltam mulheres decentes...o mercado é, de fato, excludente, pra ambos os lados...mas boa sorte na próxima!! Não desista!!

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  5. Peço desculpa a extraordinária, mas concordo com Edu, pois sou uma mulher que acha que as mulheres (uma boa parte delas) são bichos complicadíssimos (não estou incluindo as extraordinárias).
    Acho que os gays sempre existiram, sempre nessa mesma proporção, só não estavam tão aparentes.
    Quanto aos cafajestes, também são antigos, do tempo da minha bisavó.
    Os caras legais também estão aí, como sempre, mas temos uma dificuldade tremenda de enxergá-los, pois sempre esperamos “aquele” homem que não existe, mas que nos convenceram que apareceria e nos levaria, em seu cavalo branco, para um lindo castelo. Esse belo homem não tem defeito, não arrota, não solta pum, não fala besteira, tem barriga de tanquinho, é PhD em sexo, vida profissional perfeita ...
    Sou da política dos homens legais e possíveis, de carne e osso, tão reais quanto eu!

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  6. Acho tbm que às vezes a gente procura por algo inatingível. A gente precisa se abrir para viver os amores possíveis, ao invés de ficar idealizando demais.
    Não sei se é sorte, só segui a recomendação de Cazuza e parei de esperar alguém que coubesse no meu sonho.

    bjs

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  7. Meninas Extraordináeias, realmente tá um pouco difícil, mas existem ainda homens como o querido Edu, que nos mostram a luz no fim do túnel...rsrs Bjsssssssssssssss

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