quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Instantâneos de felicidade a 2

love me, love me
Fazia um tempo que eu não escutava o The Corrs, uma banda apresentada por um goiano querido. No começo, confesso que ouvia para me lembrar dele, ou para me aproximar dele. Aquelas coisas que fazemos quando estamos apaixonados. Parece que queremos sugar até o ar que o outro respira, para assim, sentir-se mais perto, mais dele, mais nele. Ou ele em nós. 


Coisa louca essa onda de paixonite aguda. É mesmo uma 'ite'. Me parece uma inflamação absurdamente intensa e contagiante. Sai do coração, passa pelo corpo inteiro e fixa na cabeça. De fato, quando me apaixono, meu pensamento é só no outro. Ou no sentimento que o outro me desperta. 


Buscamos, no objeto (digo, sujeito) da nossa paixão, as afinidades: do que comer a onde viajar nas férias. O que gosta de ouvir. Filmes, esportes, leituras, artistas e suas artes. É como se, a partir de coisas afins, nos tornássemos afins, cúmplices. E isso é cíclico. Afetos desfeitos, levantamos, sacudimos a poeira e antes de darmos a volta por cima, já estamos em pé, prontas para um novo jogo, reaprendendo a encantar-se para amar o novo amor. 


O amor romântico, tão proseado por tantos, é mais ou menos assim: a capacidade que temos de dar vida, ou querer vida, em algo que é pura subjetividade. E amamos o cheiro das coisas, as músicas prediletas, a lua que fica mais linda e alta, o ar que parece menos carregado, o sol que aquece mas refresca. Como se isso fosse possível. 


O mundo fica mais bonito. Tudo lembra uma canção de amor. Tudo soa bem. Tudo aparenta calma, alegria, energia boa. E quando é recíproco? Nossa, aí danou-se. Ficamos em estado de graça. Pura magia. 


Pena que dura pouquinho. Mas como seria se isso fosse pra sempre? Certamente não haveria a tal da saudade. Nem tanta nostalgia. Não, não haveria tanta respiração ofegante. Reencontros cheios de ansiedade, peles arrepiadas, mãos suadas, corações batendo descompassados, quase na boca, de tanto que pulam e exigem atenção. 


A paixão é mesmo uma loucura deliciosa de viver e de sentir. Sim, juro que quero essa insanidade toda vez que o toque do celular anunciar a chegada. Ou meus olhos reconhecerem os dele, no meio de uma multidão. 


E o The Corrs com isso? Tudo. Todas as músicas são extraordinárias, só de amores intensos. Essa foi a primeira que ouvi deles, um quarteto de manos músicos e sensíveis. 


2 comentários:

  1. Eu tive um namorado que comprou vários cds e dvds de cantores que gosto, pra tentar me entender, e me convencer do interesse dele, por mim... aff, deu certo.

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  2. Adoro The Corrs, conheci a banda através de meu irmão.
    Quanto às paixões arrebatadoras, deixarei-as para as próximas vidas. Agora eu quero apenas um amor tranquilo, real e duradouro.

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