domingo, 14 de fevereiro de 2010

Química Carnavalesca


No carnaval as relações são fugazes e tudo deve acontecer muito rápido, no tempo exato da passagem de um trio elétrico.
Sempre achei que camarote era programa pra casal. Solteiro(a) que é guerreiro(a) vai pro chão beijar todas(os). Mas as minhas inseparáveis amigas acreditam que os camarotes são excelentes redutos de paquera. Então lá fomos nós dar uma banda num badalado camarote do circuito Dodô.
Era noite de sexta-feira e o local estava recheado de belos espécimes do sexo oposto. Homens pra todos os gostos, de (quase) todas as nações. Desfilávamos pra lá e pra cá, bebericando nossos drinks com charmosos canudinhos, quando dei de cara com aqueles olhinhos fáceis.
Olhou-me discreta e intensamente, estava com um grupo, talvez acompanhado. Resolvi ficar por ali, olhei novamente, ele retribuiu com um sorrisinho absurdamente discreto. Fiquei de costas, encostada nele, dançando. Havia tanta gente ali, que mesmo que ele estivesse acompanhado, ninguém desconfiaria das minhas (más)intenções.
Virei-me pra Uma Delas:
- Amiga, vê se ele usa aliança.
Ela lançou seu olhar maroto na direção da mão esquerda da minha vítima, e prontamente respondeu:
- Enoooooorme!!!!!
Putz! Tem sempre uma esperta que chega primeiro.
Desanimei e resolvi sair de perto. Mas saí olhando, jogando charme. Ele também, com aquele jeito de homem safado, que eu adoro.
Minutos depois ele estava no bar, a me fitar com seu olhar matador. Que homem era aquele...??? Me fez perder a noção. Parti em sua direção, ele se afastou do bar, me olhando fixo, pedindo que o seguisse. Fui em frente, adorando o clima de perigo eminente. Desceu as escadas e logo encontrou um esconderijo perfeito.
Lá estava eu, movida por um desejo arrebatador de estar nos braços daquele homem que não podia ser meu. E o desejo aumentou ainda mais quando senti o seu cheiro. Química total.




Que cheiro,
que beijo,
que pegada!







Ele estava enlouquecido. Era diferente dos carinhas do carnaval, que beijam e vão embora em busca de outras bocas. Ele parecia não beijar assim há anos... Química perfeita.
Nem sabia seu nome. Pra quê, se já sabia como fazê-lo esquecer-se de tudo e perder a razão...?
Ele beijava e falava como se estivesse diante da oitava maravilha do sexo oposto. Eu curti muito aquilo. Ganhei a noite. Foi a minha grande aventura do carnaval. Descemos mais uma ou duas vezes, com o coração aos pulos. Nos apresentamos, trocamos telefone e no dia seguinte nos encontramos pra dar cabo daquele desejo que nos consumia. Os detalhes daquela tarde de sábado não serão registrados aqui. São segredos inconfessáveis.
Pura química carnavalesca.

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