sábado, 13 de outubro de 2012

das vacas magras

Quem dera se magra eu estivesse, exatamente como elas, as vacas, na falta de gado [ops], na falta de pasto verde e alto. O cenário é muito comum, nesse mundão de nordeste sem água: na ausência da grama comestível, as vaquinhas costumam ficar definhadas e tristinhas, pelos cantos, sem muita alegria para correr, amamentar suas crias, exibir suas curvas que se destacam aqui e ali, com as pintas pretas, no meio da pelugem branquinha como uma nuvem...

Por falar nelas, não ando pelas nuvens. Flutuar, em tempos de secura, nem pensar. Nem os sonhos me deixam leve, ultimamente. Relembrando o último, lá estava eu, encantada e sendo cortejada por um ator global, que pelas contas das novelas e seriados que já participou, deve estar com mais de 60 anos. Isso mesmo, sonhei enveredada por um sexagenário!

Uma ressalva. Nada contra homens mais velhos, sobretudo se são bem sucedidos, inteligentes, admiráveis e menos ainda se são charmosos. Mas é que na vida real o tempo é de uma magreza sem fim, sem momentos gordurosos com direito à paixão, volúpia, beijos ardentes, abraços apertados, corpos suados. O tempo é penoso, gente. Dá pena. Oxe, agora é de galinha que vou falar? Santo das causas impossíveis, ajuda aí de cima!

A realidade chega a ser constrangedora. Outro dia um EX, desses bem ordinários, me ligou. Assim, do nada. O cara já está casado e, pelas fotos no mundo virtual, parece estar feliz no casamento. E me ligou. Assim, do nada. Sabe-se lá porque, me ligou. Fiquei tentada a perguntar. Mas me contive. Do jeito que o pasto está seco seria capaz de eu encontrar um raminho de vida verde, enraizado e querendo ser devorado. Eu sou ordinária, mas não sou uma vaca. E se ele se acha o boi, problema dele e dos seus chifres.

Quero mais é entender porque chove tanto e a grama não aparece. Queria mesmo é fazer da minha vida uma cena de cinema: o tempo passou e um novo encontro está por vir. Se possível hoje. Sem essa TPM extraordinariamente infernal que me assola todo mês. Hoje eu queria encontrar um homem de atitude, com H maiúsculo, com instintos animais. Talvez, um touro tipo alfa, se é que me entende...

Ai, pensando melhor, acho que eu vou esperar mais um pouco e continuar a torcer para o tempo da fartura chegar logo. Fico eu aqui, esperançosa e silenciosa, com esses pensamentos nada humanos e tão ruminantes. Muuuuuuuuuuuuu

12 comentários:

  1. Muito bom, extraordinário, eu diria.
    Pelo visto as vacas não estão magras, mas anoréxicas, né?
    Nem sei o que dizer, vida de (quase) casada é tão basiquinha, tão morninha, tão sem gracinha que nem gera um post.
    Quisera eu!

    ResponderExcluir
  2. E viva o reino animal!!

    Ainda bem que nessa história não apareceu nenhum jegue.... kkkkkkkkkk

    Miguxa by FB

    ResponderExcluir
  3. hummmmm sexagenário é? ator global heim? Ele está na novela das 21h? kkk

    Gisela by FB

    ResponderExcluir
  4. Tava mal acostumada, né? Rssrsrsrs



    Gica by FB

    ResponderExcluir
  5. Muito bem escrito como sempre...
    Belíssimo texto.
    E eu estou aqui pensando que estava falando com um touro alfa...

    Ana by FB

    ResponderExcluir
  6. Senti a necessidade de voltar a escrever, estou compartilhando somente com quem me importa mesmo, então quero dividir contigo, este é com certeza o meu blog pessoal mais íntimo.Espero que inspire você de alguma forma também a nunca deixar de escrever, de criar, de sonhar.Beijos com carinho.

    http://hajavidaguiga.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir

Deixe algo extraordinário registrado aqui!