domingo, 29 de julho de 2012

Não foi verdade

Quis logo informar a realidade no título, para não zombarem de mim.
Se isso que vou narrar tivesse mesmo acontecido juro que, por mais aberta e ordinária que eu fosse, eu não teria coragem de contar pra vocês, um mico dessa grandeza, não para vocês, que acreditam ainda em papai noel, em príncipe encantado, em duendes que vivem brincando em jardins etéreos.
Agora, por favor, abram bem os olhos, e tentem imaginar cenas surreais, dignas da sessão da madrugada mais extraordinária que uma mulher, entre quatro paredes ou mais, não deveria ter com um ser que, duvido que seja humano, nomeado aqui de Arnaldo Júnior.


Nos conhecíamos há uns três meses. No mesmo dia trocamos telefones. Passamos a nos corresponder por mensagens instantâneas bem esporádicas, com intervalos nada agradáveis. Nos falávamos no mínimo, quinzenalmente. 
Pelos sumiços e celular desligado, imaginei logo que Arnaldo Jr, o Juninho como gosta de ser chamado, tivesse alguém. Que boba eu sou. Na verdade, todo mundo tem alguém. Ou não. Ter é um verbo impronunciável para solteirões na pista, que já vislumbram a casa dos 50.
Por falar em "ter", apresento-lhes o "perfil" do Juninho, que tem 43 completos. É taurino, do tipo teimoso. Ele voltou a morar com a mãe após findar o casamento, que obviamente resultou em pensão mensal e um brinde. Isso mesmo. Ele tem uma filha adolescente. Mas, felizmente, e não faço a menor ideia pra quem, ela mora longe, ao lado da sua ex, que segundo me disse, é tranquila e não interfere em sua vida mais.
Um parêntese. Essa história de homem que se separa e vai morar com os pais daria, por baixo, uns noventa e nove posts, aqui. São várias nuances e problemas que vejo em tipos assim. Mas não quero falar dessas questões. Freud, terapeutas e afins tratam disso em confortáveis divâs. Aqui não é um deles. Aqui é só um espaço de desabafo, sem pretensões psicanalíticas. Aqui é somente para enlouquecermos juntos.
Continuando no que o fraco do Juninho tem, ou acha que tem, ele tem uma coleção de chapéus do panamá. Dos nossos poucos encontros, reconheci dois diferentes. Tamanhos e texturas diferentes. Feios. Gostava mais quando os carecas faziam uso de disfarces usando bonés. Mais joviais e menos esquisitos. O chapéu predileto do Juninho é um preto, com um friso branco. Comum e nada estiloso. Feio.
Ele o usa como um símbolo de proteção. Como um escapulário. Creio que não tira pra dormir. Ah, não sei. Não imagino ser possível isso, mas vindo dele, não duvido de absolutamente nada. E confesso que foi esse acessório em sua cabeça redonda e de testa avantajada, que me fez prestar atenção nele, o que por sua vez, o fez prestar atenção em mim. Maldita curiosidade essa, que me leva a viver situações absurdamente desprezíveis, com cafajestes do nível desse ordinário que de bom, só tem um negócio que mais abaixo descrevo.
Lembram que não foi verdade, ok? Pronto...  narro essas linhas com uma convicção de quem vivenciou essa fantasia doida, mas é só fantasia na escrita. Basicamente é só isso.
Pois bem, Juninho, em suas raras aparições, demonstrou ter um tesão acima do normal para sua faixa etária. Fiquei pensando se homem (ou quase-homens) é programado para tornar-se lobo após os 40, como nós, mulheres. Creio que a curva, para eles, da libido, da energia sexual, vai diminuindo com o passar dos anos, não o contrário. Faz sentido isso pra vocês, meninas?
Mesmo que tenham dito não, Juninho se mostrou, aparentemente, bem lobo no cio. E sempre me apertava contra paredes, como os adolescentes fazem. Não entendi essa postura tão juvenil. Creio que ele não entende o que sejam preliminares. Nada contra amassos, gente, por favor. Agora um "coroa" com cara de tiozão, que usa chapéu fixado com colaprasempre, que parece estar sedento, não ter pegada de verdade e não arrancar suspiros, definitivamente, fiquei com pena da sua ex. Pelos tempos que passou ao lado desse guri bobo e sem criatividade.
E do nada, enquanto eu sentia pena dela, num surto, ele desabotoou a bermuda e apresentou ao mundo [e a mim, boquiaberta] sua porção macabra. Tomei um susto e quase dei um pulo.
Me lembrou aquelas surpresas assombrosas em brinquedos de festas infantis, que quando você abre a caixa, salta um palhaço gritando "TE PEGUEI!".
O bilau de Juninho [adoro essa expressão] é mesmo grande, rígido e grosso. Pensei antes de rir [UAU]. Mas preferi conter minha empolgação e pedi, muito séria [explodindo por dentro] para ele guardar seu instrumental magnânimo.
Sinceramente, não é assim que imagino uma cena de sexo sendo iniciada entre dois amantes desconhecidos. Sem preliminares, sem beijos calorosos e roupas sendo eliminadas de ambas as partes [incluindo chapéu e escapulário] e, ao mesmo tempo, com furor, desejo, peles arrepiadas.
Juninho, com seu chapéu esquisito e bilau de fazer inveja, não tem dom pra agradar lobas como eu. Nota zero para esse quase-homem que não existiu pra mim e espero que não tenha existido para sua ex-mulher e nem para nenhuma de vocês, leitoras esperançosas em príncipes alfas.
Juninho não tem pegada, não tem jeito, não tem habilidade, não tem molejo. Coitado. Tem um bilau muito mal utilizado, que deveria pertencer a quem tem vontade e sabe manejar o bicho solto.
Eu não ousaria tirar o chapéu dele. Imagina a testa e a careca, reluzentes? Ui, medo.
Conclusão: é companheiras, já não se fazem homens separados, com ou sem brindes, como antigamente. O mundo está um caos. Choremos. Temos motivos de sobra.

16 comentários:

  1. O mundo (das solteiras-lobas) anda tão complicado...

    Ainda bem que não foi verdade!

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    1. Não, não foi verdade...mas poderia ter sido... mas creio que a complicação extrapola só a classe dos solteiros e das solteiras de plantão! Essa palavra complexa, me lembrou uma canção:
      "vem cá, meu bem, que é bom te ver, o mundo anda tão complicado, que hoje quero fazer, tudo por você..."

      Para todas as dores e dissabores, a melancolia de Renato Russo e sua Legião.

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  2. Pra o Juninho, "letra A " como diz Crisinha(A de nada a ver)..kkkkkk e o instrumento mal utlizado...ohhhhh que pena!!

    Dilma Santana
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    1. Uma pena mesmo, absurdamente volumosa, grande, dura...kkkkkkkk

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  3. Que doida essa história, hein...

    Patrícia Muniz

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    1. E já pensou, se tivesse sido verdade? Bota doidice nisso!!

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  4. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk imaginei um véi babão...

    Nara Santos

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    1. Pior que preciso te corrigir: velho, aos 43? Nessa idade não há nem porquê babar...só se for de prazer...ele está mais para uma criança na fase fálica...sente prazer mas não sabe como fazê-lo ficar maior...risos... #freudmemata

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  5. A imaginação não tem limites mesmo...

    Ariana Magalhães

    Via FB

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  6. Aqui me acabando de rir...ahahahahhahahahahahahahhahhhhhhhahahahah....

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    1. Algumas riem, outras choram, eles mandam mal. Eu choro.

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  7. Ai ai ai... muita imaginação mesmo, nossa na hora da abertura da bermuda prendi a respiração... outro dia ouvi um relato de ter se deparado com algo mini, e fiquei pensando qual é o susto maior kkkkkkkkkkk na época falávamos um grupo de 5 mulheres, e algumas diziam que o susto é mais na hora das manobras e o tipo não sabe se "colocar" kkkkkk ai não sei, acho que nem tanto ao céu, nem tanto a terra. Faz uma diferença ter "presença e saber usar". Agora careca com chapéu é o fim da picada, homem cheio de acessório fujo a quilômetros. Interessante tb o tal maluco de sapato branco, isso é anticoncepcional natural, é olhar uma cena dessa e querer ir correndo pra casa ver novela.
    Gisela A.
    Via FB

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    1. Os homens e os acessórios... faltando mulheres extraordinárias ao lado deles, para ensinarem como vesti-los melhor e as tratarem melhor, na hora H....risos... beijo, querida!

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  8. Hilário!Adorei!
    Beijo,
    Mari

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    1. Ai, que bom que alguém acha graça, ao invés de sentir pena, somente... risos... volta mais!

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