Não era nem pra ter começado. Claro que era. Não era pra ter acabado, isso sim. Mas insistir num erro é cometê-lo de novo e de novo, a cada beijo trocado, a cada olhar de cumplicidade lançado.
Eu sentirei falta do melhor que havia em nós: os sorrisos, os olhares, os cheiros, os carinhos, os diálogos, o sexo sem pressa, ou aquele urgente.
Era tudo tão natural, tão intenso, que não entendo como vou conseguir apagar da memória dos meus melhores momentos a dois, nos últimos anos.
Ele está em mim, tatuado. Nos quatro cantos da casa o vejo circulando livremente, fazendo alongamentos intermináveis, me fazendo rir ou me fazendo delirar, querendo mais, o desejando mais.
Ontem finalizamos sem reticências. Não haverá continuidade porque não há o que continuar. Antecipei e ele concordou. Dei um basta e ele aceitou.
Foram horas duras de silêncio, de angústia, de vontade de acabar com aquela conversa difícil e partir pro abraço, sem considerar o motivo do encontro. Mas assim não foi.
Ele e eu sabemos que a razão é imperativa, impiedosa e não teme revelias. Como "não sou rebelde porque o mundo não quis assim", seguirei muito triste, mas acreditando que foi uma decisão acertada, embora dolorida. Dor que me dilacerou. Não sei como viverei sem contar mais com possíveis chegadas repentinas dele. O interfone vai emudecer. Vão bater em minha porta somente para receberem o lixo consumido. Ninguém sequer vai perceber que estou um lixo. Sabe aquele tipo de lixo que vai durar uma eternidade para se decompor? É assim que será, porque saudade é igual lixo: não acaba, só aumenta.
agora é cada um, cada um |
Nossa, que texto forte! Tantas emoções tomaram conta de mim... fui do êxtase à depressão.
ResponderExcluirUma pena... mas acabou mesmo?
Acabou. Uma pena, mesmo.
Excluirafff, super intenso, verdadeiro... doeu na alma!!!!
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