quinta-feira, 8 de julho de 2010

Teclar para pedalar...

Claro que foi na escrita que nos encontramos com mais fervor. Os encontros presenciais (não estou falando de aulas de pós-graduação), foram fortuitos, passageiros, rápidos demais. No passado até que foram mais duradouros. No presente, só virtualmente, via msn. Nunca nos beijamos. Sempre nos desejamos. Isso já foi textualmente dito por ambos.

Como descrevê-lo, fisicamente, além do que o meu coração sente ao teclarmos a qualquer hora do dia? Zezito é doce. Tem minha idade, é leonino de olhos azuis, careca, e apesar de branco, está sempre avermelhado, como se estivesse com vergonha ou bravo com alguma coisa, do tipo "O Brasil perdeu (de novo) a chance do hexa!"

É muito espirituoso. Conversa inteligente que seduz, sabe? Quando sorri, faz aquelas covinhas infantis de um lado e de outro da face. Está com um peso adequado, estatura mediana, se bem que, ao meu lado, parece que somos do mesmo tamanho...que bobagem, isso já é fantasia minha...deve ser mais alto, claro!

Ama pedalar, e obviamente, faz parte daqueles grupos que saem por aí, em suas modernas bicicletas. Tem portfólio profissional. Especialista em design. Mas não consigo falar mais que isso. Prefiro falar do que nos envolve. As palavras trocadas nos envolvem. Sedução de primeira, na world wide web!

Custei a acreditar em almas gêmeas. Ok, ainda não acredito. Se existir, pode(rá) ser ele a minha. Porque nos entendemos nas entrelinhas, nos silêncios. Penso no que pode vir como resposta até naquele momento que, do outro lado, aparece a mensagem no rodapé: "seu paquerinha fofo está teclando".

E ontem tivemos aquele papo revelação/declaração. Ele, por fim, despejou em forma de texto, tudo o que estava preso na garganta, digo, no coração. Me disse sem muito jeito, porque além de tudo é um tímido, que estava muito intrigado conosco. Que pensava em mim mais do que devia, que me desejava muito, que éramos muito parecidos, que não via a hora de nos reencontrarmos para andar de bike.

Ok, o "quase" convite para um encontro a dois será cercado de ruas, asfalto, gente, carros, sinaleiras, pedestres, frio, vento, cabelos fora do lugar (argh) e ainda a testagem de como eu me comportarei sob duas rodas, como eu me sairei tendo que acompanhar, esse meu amor, extraordinariamente virtual.

Mas não existe o teste do biquini? Então...comigo será o teste da resistência: quanto tempo ficaremos pedalando até que encontremos um lugar seguro, longe dos olhos e ouvidos externos, para o primeiro beijo?

Mesmo com a ansiedade me corroendo, decidi que não vou investir dinheiro neste meio de transporte. Quando pequena, nas vésperas do natal, vivia a implorar em recadinhos singelos com a frase "eu quero a minha caloi". Ou seja, antes de finalmente chegarmos aos finalmentes, terei que pedir emprestada ou em último caso, roubar a bike do meu sobrinho, por algumas horas.

No msn de ontem eu li "nem consigo dizer o que senti quando nos abraçamos. Queria ter ficado ali, com você, pra sempre".
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Onde é mesmo que se vendem bicicletas de última geração??

4 comentários:

  1. Que coisa mais fofa!
    Esse deve ser um extraordinário, pode apostar!
    Boa sorte e muito amor para você.
    bj.
    Mari

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  2. Adoro os textos de vcs! Às vezes indignadas com um azar extraordinário, ou com um relacionamento ou outro q não vingou, mas me conforta saber que existe romantismo hoje, ainda que virtual... e que pode afinal dar certo! Torço pra isso!

    Bejo

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  3. Oi Mari, Oi Edu..isso aqui é puro romantismo...não se empolguem...snif...

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