Amor de quinta

Confesso: Perdi totalmente os escrúpulos, a razão, a vergonha na cara e os meu valores morais.

Assumo: Estou de caso com um homem comprometido. Não foi o seu jeito sexy, sua cantada certeira, ou seu corpo atlético (até porque ele não tem mesmo). Apaixonei-me por palavras.

Quer saber? Masoquismo puro.

Não sei aonde foi parar o glamour que sempre vi no cinema, onde os romances extra conjugais eram garantia de diversão e adrenalina a mil. A outra era a mulher desejada, a musa inspiradora, a sempre pronta, cheirosa, disposta. E ele? Louco de amor, de tesão, fazia qualquer coisa pra estar em seus braços.

Na ficção, a outra tinha poder sobre o cara. O poder do sexo. E ele, o poder da sedução.

Na real é diferente: Não me sinto no direito de cobrar nada (não sentia nem quando tinha um homem que era meu, que dirá agora).

Nos fins de semana ele toma chá (de sumiço), e eu fico (a ver navios) navegando, cheia de amor pra dar. Esperando a quinta-feira chegar, pra gente se amar.

 Amor de quinta, de quinta categoria!