segunda-feira, 5 de abril de 2010

Zé Mané

Feriado em Porto Seguro, só podia render história, mesmo que piada. O clima estava gostoso, o sol apareceu e fomos uma turma boa passar esses dias conhecendo a região, sendo turistas na terra onde tudo começou (a “civilizar”). Passeio vai, passeio vem, nada sexuado, só amizade, mas sempre na esperança de acontecer um olhar mais malicioso e aconteceu no sábado. Começamos o dia vendo a caravela de Cabral, cuja origem do nome vem da criação familiar de cabras; depois pegamos quase duas horas de fila para atravessar a balsa e chegamos ao Eco Parque sem enxergar as piscinas, só pensando em matar a fome de comida. Alimentados de yakissoba e churrasquinho, tudo ficou mais colorido. Minha cor já voltava para a cara antes faminta quando resolvi dar uma voltinha sozinha, para ver se matava outra fome. Olhando ali, olhando aqui, nada interessante. Achei promissor um mergulho na piscina de ondas. Pose de sereia, lá fui eu. Mergulhava e subia devagar, rezando para abrir os olhos e ver um Zé perfeito pra mim. Um, dois, cinco mergulhos e meus olhos já ardiam com o cloro quando vi um boné, e uns olhos. Um homem me olhava. Olhei de lado. Passou na avaliação rápida. Olhei com mais interesse, parecia um pouco assustado. Deve ser casado, pensei. Mas passou o tempo e ninguém chegou perto gritando “momô”. Pode ser solteiro. E deve ser hétero! Comecei a empolgar e olhar mais. De repente o cara emerge e salta, como um boto, em um pulo esquisito. Aff, que coisa feia de ver! Com o desejo indo parar na unha do pé, tentei me recompor. Podia ser implicância, coisa de minha cabeça. Respira, pensava; mergulha, forçava; volta a sonhar, rezava. Enfim, fiz a sequência salva-vidas, e emergi, olhando fixo. E não é que o boto, ô, o cara pulou novamente? Me poupe! Saí da piscina batendo o pé e com cara fechada, estilo não-me-olhe-nunca-mais-senão-eu-lhe-mato. O idiota me seguiu o resto do dia, me fazendo ficar de mau humor. Praga. Essa é a receita de transformar um lugar legal, divertido, em um lixo: encontre um mala para ficar no seu pé, lhe olhando de longe feito um psicopata tarado, indo atrás de você até num toboágua de 17m de altura, com cara de debilóide de filme americano. Não mereço isso! Quero ir pra Marte!

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