terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Podres ou bichadas? O fim

Depois de me emocionar, lembrando o quão meigo e envolvente é o meu lendário Carlinhos, que logo o apelidei de Cá, vou agora encerrar essa novela, contando a última e ultrajante história de namoro sem sexo, com a minha terceira laranjinha estatelada e disponível no asfalto, literalmente na beira da estrada.
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A LARANJA NÚMERO 3

A vez agora é do meu Zé: uma laranja amarela, vistosa, bonita, a la os sarados do big brother, lutador de jiu jitsu, corpão cheio de músculos arrebitados e... nossa, um ar de 'comedor' compulsivo.

A primeira vez em que nos fitamos, estávamos tomando um banho de sol, com vários amigos e conhecidos, numa quarta-feira de cinzas.

Imagine as contações das resenhas do carnaval e, ao mesmo tempo, a possibilidade de começar o ano (na Bahia é assim), e um namoro, num mesmo dia?! 

Que maravilha, hein? Claro que algo estava me sussurando coisas do tipo: isso ainda é carnaval, pura ilusão...

Mas ainda assim, insisti. Trocamos telefones, ele me ligou, marcamos e, enfim, começamos o estranho namoro. Pense numa laranja bichada? Eu não sabia o quanto...

Pelo tipo físico e idade do rapazola (menos de 30, pásme!), imaginei que não teria choro nem vela: nos 'comeríamos' na primeia oportunidade, até dentro de um carro ou num cinema, por exemplo.

E confesso que essa era a minha expectativa. Não me via de véu e grinalda, indo em direção ao altar, e dizer ACEITO para aquele homem, com cara e trejeitos de pit bull. Com ele, juro, eu só desejava muitas horas de sexo!

Claro, queria mais diversão e leveza, com alguém novo, cheio de projetos, sonhos e vontade de curtir a vida adoidado. Minha rotina era tão fechadinha de compromissos que estar com ele seria uma RPM- revolução por minuto.

Mas que nada....

Ele também não me comeu. Isso é muito óbvio e lógico, para quem está acompanhando esse festival de vida, isto é, fase assexuada, dessa criatura indignada que me tornei com esses tipos, que agora quero distância.

Tantos músculos, tanta resistência física, tanta testosterona e NADA. Saimos muitas vezes, de mãos dadas, dormimos juntos embriagados ou lúcidos. NADA ACONTECEU.

Basta de especulações. Quem dera fossem ejaculações...(!)

Só há uma certeza: ele é gay e nem sabe. Um gay, filho de pai de santo, que ama fazer ebó no dia 31 de dezembro, de todos os anos. O negócio dele é curtir pagodes, correntes grossas e colares dos seus orixás, partido alto, aparelhos de academia, homens, bichas e afins.

Zé, vá comer Mané. E sai do meu pé, chulé!

Um comentário:

  1. Nada contra gays ou qualquer facção religiosa, por favor...
    Relevem pela dor dessa moça, literalmente despreparada para lidar com adversidades, em meio à diversidade!

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