terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Previsível, mas inesquecível

Minha primeira vez foi extraordinariamente planejada, com meu primeiro namorado sério, que logo depois tornou-se oficialmente o meu noivo, mas nunca o meu marido. Coisas da vida, que une seres diferentes e insensatos (corações), que se encontram, resolvem e insistem em permanecerem juntos, à revelia dos seus destinos.

Virgem aos 23 aninhos, com um castelo imenso de sonhos sobre essas questões que afligem todas as almas femininas. Ele, três anos, nove meses e treze dias a menos. Eu morava numa cidade, ele em outra. 8 horas de estrada, para cair nos braços dele, nas férias ou feriados pronlongados. Namoro à distância tinha um sabor muito especial, lá atrás.

Namorávamos a um ano já, e nada mais natural do que comemorar essa data com um grande presente para ambos: ele, pelo esforço de contenção prolongado (será?), e eu pela expectativa desse primeiro momento de sexo, propriamente dito...claro que já ensaiávamos muito, e era tudo muito intenso e amoroso.

As preliminares são sempre ótimas. Não existe idade, ou condições, para as preliminares.

Cenário: muita paixão, saudade potencializada pela distância e um carnaval fora de época, ideal para curtirmos juntos, num dia memorístico: primeiro de maio, dia de trabalho! Verdade. O mês começou com um rompimento, literalmente!

Estávamos muito ansiosos. Articulamos a ida para o ninho, num carro do cunhado (ele andava a pé, como o Zé, da canção do Leo Jaime). Fomos para um espaço aconchegante, e fora da cidade, claro.

Na bagagem, além da vontade que não cessava nunca, levamos um outro casal, mas bem mais experiente em assuntos sexuais. Foi engraçado, pois queríamos distância, isolamento total do resto do mundo, mas optamos por ficar em quartos colados, para qualquer necessidade de socorro.

Aérea, desligada (e insana) como sou, mal prestei atenção no meu par, dada a curiosidade pela suíte. Examinei tudo. Cama, lençóis, travesseiros, o banheiro, o cheiro, a televisão e seus canais, e a rádio. Nele tocou ordinary world, do Duran Duran. Dançamos romanticamente, encantados um com o outro. Aconteceu e foi perfeito. Tantas descobertas...e essa é a razão de ser, da paixão por essa minha primeira noite de amor com sexo.

Confesso que esperei tanto pelo momento, que só pensava no depois, tamanha a minha vontade de conversar sobre o que passou.

Passadas as três horas contratadas, voltamos diferentes para a cidade. E conversamos muito, olhando nos olhos. Nada de palavras. Me lembro que o Chiclete com Banana tocava em cima do trio, num lugar apinhado de gente, mas não enxergávamos mais ninguém.

Uma música de sucesso na praça principal embalava os pombinhos: "ô, ô, ô, meu bem, meu bem, me dá...seu silêncio, seu prazer..." E nos damos, sim: amor de sobra, hímen de menos, e mais alguns anos de novas tentativas (com êxito) de puro prazer.

Mas toda história um dia chega ao fim. FIM.
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Agora 'a' canção:

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