quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

[Será que] ele é "o" cara?

Roberto, o Carlos, cantarola pela milésima vez: "esse cara sou eu". Todos bem que concordam: essa é a música atual mais chatinha, a mais tocada na novela das nove e, também, a mais comentada nas redes sociais. E agora ela veio parar aqui. Claro que não é da música que quero falar. Muito menos detoná-la. Já basta disso! Quero falar sobre o seu significado bonito. Não dos seus versos piegas.  Da boniteza de se pensar num homem apaixonado, que não mede esforços para conquistar e reconquistar sua amada amante.

Daí me recordo dessa canção enquanto penso em dois homens bem diferentes. O primeiro deles, um cara aí,  que dorme e ronca noite a dentro, e não dá nenhum sinal que é ou será "o" cara. O outro, um cara aí, um cheio de bons sinais.
Para efeitos da descrição a seguir, didaticamente eu os dividi em duas categorias, a partir de outra canção, aquela da Rita, a Lee, que é tema-mor do bloguito, desde sempre. Um me lembra sexo. E "sexo é esporte". O outro me lembra amor. E "amor é sorte."

Sexo é esporte

Ele é que ronca alto e forte. Tem um corpo atlético. Cheiroso, limpinho, inteligente. Tem uma triste mania de chamar a mulher de "princesa". Particularmente eu não curto o apelido. Não me sinto nem preciso me sentir uma princesa. Então, somente pelo apelido sem emoção, e ronco ensurdecedor, já sei que ele não pode ser "o" cara.

E tem mais histórias. Ao telefone ordenou "compre um vinho". Entendi "comprei um vinho". E fiz todo um cenário na minha cabeça. Aqui chegando, eu perguntei pelo vinho. Ele me disse: você não comprou? Eu disse o que tinha entendido e ali percebi mais uns trocentos pontos a menos para ele. O interfone tocou e a pizza chegou. Sem diálogos, degustamos e nos fartamos com fatias de queijo, tomate e manjericão. Uma marguerita de 8 pedaços, com a televisão ligada. Comemos, escovamos os dentes, e partimos para os trabalhos do segundo tempo. Só isso. Uma noite vazia, sem encantamentos. Pela manhã, um sexo "tipo estupro", sem um "bom dia", conversas sem sentido, e nenhuma sedução embaixo do edredon. Não, ele não pode ser "o" cara, que me faria admirá-lo, venerá-lo, amá-lo.

Amor é sorte

O segundo homem que veio à minha mente é espirituoso. Gosta de brincar com as palavras. Parece comigo em muitas coisas. Rimos ao mesmo tempo. Nos olhamos ao mesmo tempo. Prestamos atenção um no outro. Trocamos torpedos. Já dissemos "te amo", "te adoro", muitas, muitas vezes. Pode ser mentira. Pode ser um carinho imenso apenas. Mas acontece sempre. E gosto das repetições que fazem bem a alma e ao coração. O sexo nasce da saudade, do pé que toca no outro pé. Da mão que segura a outra, com pressa, com firmeza, com carinho.

Ele me chama de anjo, em qualquer momento. Na escrita, verdade, é mais que ao vivo. Ao vivo me chama de "mô", de "amor", e de "anjo", numa clara e nítida atitude de sensibilidade e de respeito por quem sou e me mostro para ele.
Ai, ele nem quer saber de televisão. Gosta de me ler poesias. Gosta de ler o que escrevo. Dorme ao meu lado e de fato "apaga", quase que instantaneamente. Mas me toca e me abraça toda vez que me mexo ou quando retorno para a cama. Ou seja, dorme e acorda e faz isso a madrugada inteira, sem reclamar.
Ai, ele me acorda  com cantadas baratas logo pela manhã e o sexo nasce dessa cumplicidade prazerosa que temos e exploramos a cada novo reencontro.  Posso [até] ser chamada de "princesa", e já penso que vou adorar ouvir o que quer que me diga. Ele pode até ser "o" cara, que me faria admirá-lo, venerá-lo, amá-lo.


3 comentários:

  1. Você que é o "cara" na escrita...Manda muito bem com as palavras...

    Ainda acredito que o cara existe e esta por aí em alguma lugar...Falta encontrar...kkkk

    E ainda acredito em Papai Noel...Milagres...Duendes...Fadas... Vamo que vamo....
    Maiza

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    Respostas
    1. Duendes ou doentes???? kkkkkkkkkk eles existem sim. Tb acredito em milagres.

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  2. Não podemos esquecer que o cara do sexo também é importante, pois precisamos nos exercitar...Nossa saúde mental e física depende disso!
    beijo,
    Alguém.

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