sábado, 6 de fevereiro de 2010

Ainda sobre Arnaldo


Conheci Arnaldo numa festa de casamento. Ele era a única coisa interessante naquele lugar. Se não tivesse ficado com ele, certamente estaria condenada a passar a noite com algum ex. Mas Arnaldo tinha outra opção: Uma garota loira, mais nova do que eu, que diziam lá na localidade, não tinha uma das orelhas. Apesar disso, ela era bonita. Chegou a encantá-lo, com seu sorriso meigo e cabelos longos esvoaçantes. Mas eu era mais eu. E Arnaldo também.
Hoje me arrependo. Se soubesse que ele era o escroto que é, teria deixado que ficasse com a loirinha meiga. Queria ver o que ele faria quando fosse beijando o pescoço dela, se aproximando do ouvido pra dizer palavras doces (e falsas) e se deparasse com um vazio no lugar da orelha esquerda da garota. Ahahahah. Você merecia isso, Arnaldo.
Me separei de Arnaldo duas vezes. Na primeira, fui idiota e voltei. O escroto comprou lingerie pra uma de suas amantes e deixou a nota fiscal em casa. Odeio homem burro! Quebrei o pau, ele pediu perdão, mas eu não quis saber, saí de casa. Ele continuou atrás de mim durante seis meses.
Um dia voltei à casa dele, catei um monte de tralhas de sua(s) amante(s), coloquei dentro de uma sacola de supermercado e levei até o local onde ela trabalhava. Um escritoriozinho de merda. Arnaldo adora mulher chinfrim (pra ele se sentir superior). Essa era (mais) uma pobre coitada que acreditou nele. No mínimo achava que lucraria algum com essa história. Doce ilusão. Arnaldo é miserável e não dá nada a ninguém!
Cheguei no escritório(zinho de merda), joguei a sacola de plástico em cima da mesa dela e disse:
- Voltei pra tomar posse da minha casa. Nunca mais apareça na frente de meu marido. – virei as costas e já ia saindo, quando voltei pra completar – a menos que você queira que eu volte aqui e arrebente esse escritório todo, incluindo você.
Não sei onde estava com a cabeça pra fazer isso. Arnaldo não valia tanto.

2 comentários:

  1. De todas as extraordinárias crises de ciúme, essa foi a mais louca que já li. Arnaldo não valia a pena, mas a cara de espanto e de acuada da criatura do escritoriozinho de merda deve ter sido imperdível! Viva sua força!!

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  2. adorei, extra! queria ter uma história assim, de liberação histérica. deve ser uma delícia! tem umas e outras q merecem ainda ser enquadradas. vou ler esse texto 100 vezes para me inspirar e chutar o pau da barraca na próxima. bjs, amiga

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