quarta-feira, 28 de julho de 2010

Homem com H

Nos últimos dias ando sentindo falta de um pouco de virilidade à minha volta... Parece que, pra qualquer canto que eu olho, tem um homem sorrindo. E isso me espanta, me afugenta!
Permitam-me explicar:
Cansei dessa história de metrossexual. Acho que os homens estão perdendo a medida e caindo no exagero. Concordo que é preciso se cuidar, estar sempre limpinho e perfumado, mas uma barbazinha por fazer, de vez em quando, vai bem, não? Até gosto de homens cheirosinhos, mas nada como o cheiro natural do corpo masculino para aguçar nossos sentidos.
Essa história de depilar o peito e fazer a sobrancelha comigo não cola! Homens cheios de frescura, vaidosos demais (ou sem nenhuma vaidade, como os que estão acima do peso) e que estão sempre rindo de alguma coisa... longe de mim! 
 Homem tem que ter cara de macho, emanar virilidade.
Não estou me dando com o Alexandre Borges, todo boiolinha, na novela das 7. Ok, ok, é o personagem. Mas outro dia o vi sorrindo, estampando um out door na rua e virei a cara. Deu vontade de bradar bem ao estilo nordestino: "Toma jeito de homem, fecha esses dentes!".
Nada contra o sorriso deles, por favor, alguém me entenda, quero ver sorrisos como o do Clive Owen, ou do George Clooney. Ali residem o mistério, o magnetismo e a sedução, traduzidos numa só palavra: Virilidade. E isso mulheres EXTRAordinárias sabem identificar muito bem. É o chamado sorriso de macho. Nada de dentes escancarados a la Reynaldo Gianechinni (que é lindo, mas convenhamos, se abre demais).
Os meiguinhos que me perdoem, mas se eu precisasse de uma coisa fofa, teria um cãozinho ou um ursinho de pelúcia! Prefiro os fortes, másculos, viris e de poucas palavras (atitude é tudo!).

Viva a macheza!

domingo, 25 de julho de 2010

Arquétipo de Macho


"Eu morro de medo é da mediocridade, do meio, do burocrático."
É isso! É essa a simplicidade que quero na vida! Tem outro espécime desse no mundo? Se estiver disponível, melhor.
http://revistatpm.uol.com.br/revista/97/paginas-vermelhas/sou-so-um-cara.html#5

No meio do caminho, tinha um cavalo!

Sei que isso não é uma forma sutil de começar a narração sobre uma saída "mico", em uma noite de sábado. Mas convenhamos, sabemos que pedras são obstáculos muito comuns na vida noturna, sobretudo quando a relação homens disponíveis versus mulheres disponíveis está cada vez mais negativa, pendendo para o insuportável.

Fato. A ala masculina interessante e disponível está em fase de extinção, como alguns animais que o globo repórter anuncia, a cada quinze dias. Claro que os grandes repórteres televisivos intercalam momentos extraordinários entre uma reflexão séria sobre os ursos ou leopardos e outra mais ainda instigante sobre o que ocorre por dentro de nós quando nos apaixonamos...

E por falar em paixão, e voltando a falar no que comecei a narrar, hoje fui arrastada por mais duas, para um aniversário de alguém que eu não conhecia. As justificativas foram todas convincentes do tipo: “vamos, você vai conhecer pessoas novas”, “em casa não vai acontecer nada”, “o jantar vai ser fantástico” e por fim dispararam “muda a sua rotina, que você dará chance ao acaso”.

Ouvi tudo, concordei com a cabeça, saí da net a contragosto e me produzi para o grande evento. Escolhi um pretinho básico, pus uma meia da moda (fio 80) e minha nova e linda aquisição: um scarpin cor de uva. Maquiagem, cabelo escovado, emocionada com a possibilidade de me surpreender. Eu vou tentar descrever em poucas linhas, antes de chegar ao cavalo parado no meio do meu caminho, ok?

Festa de uma mulherzinha de 28 aninhos (ai, inveja... flor da idade). 10 mesas alocadas no final de um grande salão dentro de um clube (desses de bancários), visualizou? Pois bem. No palco um homem em pé e um teclado, com o mesmo ritmo tocando coisas como “esse alguém sou eu, ai, ai, sou eu...”. Um horror aos meus ouvidos tão acostumados com Lenine, por exemplo.

Das dez, cinco mesas ocupadas: os pais da “jovem”, tios e primos, na outra dois casais se requebrando nas cadeiras (não entendi porque não estavam dançando já que eram pares), na outra mais três casais e um coitado feio, com alguns dentes a menos, também se requebrando na cadeira (esse ficou assim, nas duas horas que suportei a festa de arromba). Na última mesa, claro, a moçada reunida, os animadinhos, os mais felizes.

Olhei em volta procurando por garçons e me apareceu uma mulher de preto, garçonete séria e rápida. Parecia a mulher gato, tão ágil com copos e bandejas. Ela nos serviu nas primeiras rodadas e por fim se cansou e começou a despejar a garrafa inteira de cerveja na mesa. Será que se cansou? Ou era o combinado para deixar os convidados mais a vontade com o manuseio? Enquanto pensava isso, a aniversariante com idade de fazer inveja se aproximou sorridente e eu fui taxativa:

- Cadê os rapazes solteiros da festa?
- Não sei se existem e se virão.

Eu sorri incrédula com a falta de perspectiva de uma mulher com apenas 28 anos. Meu Deus, nessa idade, me lembro que as coisas estavam melhores. Ou o meu grau de exigência era menor? Não sei. Ela começou a contar do paquera que tinha conhecido na semana anterior. Perguntei se estavam se falando, se ele ligou para parabenizá-la e ela disparou novamente:

- Não ligou nem acho que vai ligar. Eles não ligam. Já sei que é assim.
Fiquei com peninha dela, tão novinha...

O jantar foi servido. Claro que comi e não gostei. A intenção era outra. O tecladista estava surtando nos arrochas, e o meio feio meio banguela, junto com ele. Eu vi que outra mesa tinha sido preenchida. Eram homens vestindo roupas de algum esporte. Talvez futebol, desse mesmo clube. Ou seja: ali estavam, ali chegaram à festa, ali iam ficar, daquele jeito: com tênis, jaquetas de tecido sintético, com números gigantes demarcando quem era quem no time. Todos muito desarrumados e claro, com alianças enormes. Neste momento, um me chamou a atenção. Estava escrito no seu casaco: ARNALDÃO. Uau. Era grande, simpático, com cabelhos grisalhos. E a aliança confirmou que ele também já tinha sido fisgado por uma mulher mais esperta que eu. Bingo (pra ela).

A festa estava “bombando” desse jeito. Implorei com o olhar pra irmos embora. Todas levantaram imediatamente. E no caminho pra casa, com meu scarpin cor de uva, um cavalo estava literalmente parado, no meio da pista. Eu apenas sorri e disse: agora tenho que escrever sobre isso. Nada de homens. Nada de paqueras. Um cavalo surgiu, anunciando que a ala masculina (e disponível) está “quase extinta”. As bestas estão por toda parte, dominando tudo.

sábado, 24 de julho de 2010

Fim, The End, Fin, Tchau, Fui, Adeus, Acabou, Cansei, Vá Se Lascar!


Entenderam tudo, não é? Acabou toda a fantasia e estou tiririca, fula da vida, com vontade de matar os homens, mal humorada, querendo cortar os pulsos com os dentes, desiludida, chorosa, raivosa, irritada, tensa, soltando fogo pelos olhos e triste, só, carente, pronta pra ficar o dia todo sentada, assistindo filmes idiotas, me achando uma idiota, tentando reagir, ouvindo música de Otto e quebrar copos, quebrar esse computador, quebrar o celular, quebrar a cara, quebrar as gorduras extras de minha barriga, quebrar a perna de tanto correr pra esquecer, esquecer, deletar, formatar o disco, apagar as memórias, os desejos, as projeções, as perguntas de porque não eu, porque não eu, porque não eu...
Arnaldo, socorro! Me ajuda aí com sua poesia, suas palavras colocadas nos lugares certos, horas certas, onde me inspiro sempre em momentos oportunos à reflexão. Me ajuda a entender o que tenho que aprender nessa vida besta!


Nunca mais vou gostar de você, nunca mais
Nunca mais, entre nós não dá mais, nada mais
Mas, se alguém perguntasse eu diria
Que ia, queria
Muito mais, muito mais, muito mais, muito mais
Muito mais do que um sonho seria capaz
Muito mais do que já nos sacia e apraz
Mas depois de tamanha alegria
Eu sei que eu sofreria
Muito mais, muito mais, muito mais, muito mais
Nunca mais vou pensar em você, nunca mais
Tanto faz um a mais entre tantos finais
Eu não vou semear fantasias e melancolia
Nunca mais, nunca mais, nunca mais, nunca mais
Meu amor
Vou tentar deixar de lamentar saudade
De você pra sempre
Vou deixar de ter tristeza por não ter você

(Arnaldo Antunes, Nunca mais)

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Sessão deles

Pára o mundo que eu quero descer. Sexta-feira. Dia chuvoso, frio, pedindo boa cia, um bom sambista na vitrola e muito samba nos pés, pra aquecer esse corpinho cansado da semana "trash".
Depois, depois...já que a imaginação rola solta, melhor deixar esse cara extraordinário falar, me encantar, lá pelas tantas...e ela lá, pertinho dele. Que inveja dessa ordinária! Aproveita, minha filha, por mim também!
Entrevista com Diogo Nogueira e Roberta Sá, logo lá, na Lapa, sedução pura...

terça-feira, 20 de julho de 2010

Nosso dia

Pois então. Decidimos lá atrás, que éramos (ou nos tornaríamos?) seres extraordinários. Com chuva ou com sol, de dia ou de noite, no inverno ou no verão, na primavera e no outono também.
De forma colaborativa, virtualizada, criamos aqui a junção de mulheres pensantes, trabalhadeiras, guerreiras, amigas, blogueiras, criativas, inventivas, com corações gigantes, que mesmo em frangalhos, conseguem dar a volta por cima (ou por baixo) e transformar as emoções em escritos. Os neofreudianos diriam que sublimamos, extraordinariamente bem. Que bom, então!
E já que hoje é o dia do amigo, queria dedicar este post e o dia a vocês duas, que me suportam, me toleram, me dão liberdade para eu escrever e enlouquecer vocês e os leitores com minhas sandices sobre amor e sexo, ou sobre sexo e amor, que seja.
Tomara que a nossa união, em torno de ideias, sonhos, projetos, palavras, textos, músicas, poesias, papéis de paredes e imagens de arnaldos, carlinhos e zés, seja sempre para que nos tornemos melhores como mulheres, melhores como seres humanos e melhores como amadas amantes, para cada homem extraordinário que cada uma de nós encontrar nas vias duplas e sinuosas que já estamos rodando, rodando e rodando....
Amigas extraordinárias, vamos lá, temos muito o que tricotar, desabafar ou mesmo socializar por aqui. Nada de vingança na escrita. Chega disso. Só desejo que tenhamos muito prazer em nossas vidas.
Que o amor se espalhe pelos quatros cantos, pelas terras e ares, para todas nós!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Novo significado para PA

Não preciso falar da definição anterior. Sou uma menina educada, que tenta ser extraordinária, que odeia xingamentos.O novo significado para PA, condizente com o meu momento significa apenas: Perdoa Amigo! 
Desculpa se te usei, se te fiz acreditar que, a partir do sexo, travaríamos uma relação de amor. Perdoa se parecia que daríamos um novo início, um novo sentido para nossa união (momentânea e besta) de corpos. Mas foi só isso mesmo. Que pena ter provocado, digo, insistido, nesse reencontro tão vazio, sem cheiro de romance, sem gosto ou sabor de quero mais você, quero mais sua alma, quero mais dengo, quero mais sentir, que suar ao seu lado.
O meu pedido formal de desculpas, para esse amigo querido, espera ser de alento. De desculpas verdadeiras, desejando nunca mais precisar de nenhum estepe, de um desejo de consumo, como o é, comer uma pizza, ou sanduba, com muita fome, mas que logo depois jogamos os restos ao lixo, que logo depois desprezamos as sobras, sem dó ou piedade. 
O que seriam as sobras, em nosso caso? Certamente, o que não "consumimos", não alcançamos juntos. Desejo de se ver reconhecido nos olhos brilhantes e sorridentes do outro? Um cafuné gostoso? Um colo pra deitar? Conversar sobre tudo? Cumplicidade? Mãos entrelaçadas até pra ver um filme? Ou dormir, cansados e apenas dizer um pro outro um "boa noite"? Não amigo, você não fez nem faz parte desses meus sonhos doces e românticos. Pelos vazios, PA, por favor, me perdoa!
E se aceitares as minhas desculpas, voltaremos ao velho status de amigo, nada colorido, preto e branco mesmo, do tipo que fala e escuta as verdades, entende, sorri, chora, despenca mas sabe que a vida continua(rá), divertida, louca, diversa.
E se o sexo foi bom, imagina quando você tiver o sexo adicionado de PA: Paz e Amor? Sorte, pra nós dois. Me perdoa, amigo. Eu não sabia o que estava fazendo. Agora eu sei, e não te quero mais. Apenas não te quero mais. Não mais, não é Lulu?

domingo, 11 de julho de 2010

Meu pecado vivia na piscina

Não houve jeito. Hoje, no final da copa do mundo, tudo conspirou para eu contar a história com o meu vizinho espanhol.
Primeiro porque o seu país, merecidamente, levou pra casa a taça do mundo, que já foi nossa. Depois li o post anterior, de uma das ordinárias daqui. Terceiro, liguei para outra ordinária para confirmar se já havia postado algo sobre esse europeu genuíno no blog. Após negar, ela concordou comigo. Tinha que ser hoje a vez dele por aqui chegar.
E, obediente, tentei me lembrar com riqueza de detalhes. Espero que apreciem, sem moderação, porque ficou comprida a narração!
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Vizinhos fazem parte da vida e da rotina de todo o mundo. Casa, apartamento, sítios, hotéis, no campo, no trabalho, no avião... basta estar de um lado ou de outro, embaixo ou em cima, eles estão por perto, pelos quatro cantos. Às vezes silenciosos, outras tantas ruidosos, e poucas vezes, para nossa infelicidade, extraordinariamente encantadores.
O meu caso com o encantador, e pedaço de bom caminho, teve início na beira da piscina, numa tarde de primavera, com o sol nublado, meio sem graça. Eu estava com uma amiga, parceira perfeita para aventuras de todo tipo. Suspiramos juntas.
Colocamos os óculos para melhor contemplar toda aquela expressão corporal, bem talhada, parecida com a dos jogadores que bravamente correram, caíram, chutaram, suaram e saíram vitoriosos, no final do jogo de hoje, contra os outros lindões da Holanda. Certo, preciso lembrar do juiz da partida, também, careca e lindo. Até os carecas de lá são extraordinários. Haja coração, hein Galvão?
Voltando ao "caso espanhol", de nome C. Esteban, nós fingimos que ele era qualquer um. Um transeunte. Nunca imaginei escrever essa palavra, muito menos no Extra, mas enfim, fingimos que ele era um transeunte. E ele puxou conversa. Nos revelou seu sotaque confuso, abrasileirado, apresentou seus dentes brancos, que mais pareciam os de uma propaganda de creme dental.
Conversamos bobagens, papos internacionais do tipo: no Brasil é assim, na Espanha é assado... nos pareceu um tanto exagerado, com ares de quem gosta de briga, meio pit bull, irado com as bandas de pagode e mais ainda com as indelicadezas e péssimos serviços de atendimentos do nosso país.
Enquanto ele praguejava, nós só fazíamos medir cada centímetro do seu corpo. Me faltou uma lupa, nesse momento...e sorrimos ao sol, se pondo e sem graça. E nos despedimos. Fomos almoçar e resenhar sobre aquilo tudo que contemplamos. Na saída pro shopping, o elevador parou no décimo andar. Eu sabia que era o dele. Eu sabia que era ele que entraria. Ainda mais bonito, mais espanhol, mais cheiroso, mais cheio de vida, mais apetitoso, assim, limpinho, de meias brancas. Nos olhamos, sorrimos, nos despedimos mais uma vez.
Logo entendi seus hábitos no prédio e a piscina passou a ser meu lugar predileto de visitação. Eu, ele, aquela água azulada e toda a minha fantasia me contorcendo.Neste dia, ele me disse que tinha açúcar, caso eu precisasse. Nessas situações, uma mulher extraordinária apenas sorri. Foi o que fiz. Além disso, mandei torpedo para as duas ordinárias. Comemoramos a paquera adocicada! Todas, surtadas, desejantes para saber o final desse climão, nascido entre essa temperada baiana e o temperamental estrangeiro.
Os meses se passaram.Ele viajou pra Espanha. Ficou três meses por lá, como o faz ano após ano desde que se mudou pra Bahia. E três meses foram exatamente o tempo, em que diariamente, eu passava na garagem pelo seu carro de câmbio automático, e repetia um mantra "delícia... ainda te devoro!"
Ele voltou, finalmente. E no mesmo dia nos encontramos na piscina, "o nosso cúmplice lugar". O sorriso dele era melhor que se refrescar com uma limonada, num dia quente do verão, que já se fazia presente, com seu sol, cheio de graça.
E o tempo passou. E eu decidi, no penúltimo dia do ano, ser uma boa vizinha, mas só para ele. Interfonei para lhe desejar um feliz ano novo. Na verdade estava a espera de um milagre. Um reveillon bizarro que tinha pela frente, com um paquerinha meio gay e sua família, tinha que ter uma véspera mais animadora.
O porteiro, sempre solícito, me disse: "senhora, ele saiu pra correr....quando voltar da corrida, darei o seu recado. " Eu agradeci, morta de vergonha, e me esqueci de esperar.
Não imaginei que ele fosse tocar a campainha duas horas mais tarde, já limpinho, mais bonito, mais cheiroso, mais espanhol que nunca, e fosse me perguntar, rispidamente, o que eu desejava falar com ele.
Não imaginei também que ele aceitaria meu convite para entrar, e que na minha varanda iria me tascar um beijo cinematográfico.
Muito menos que me arrastaria para (minha) cama, me faria entender, em segundos, porque é tão caliente e forte como os toureiros da sua região.
Ele se mostrou tão intenso quanto demonstrou ser o goleiro e capitão do seu time, quando o vi beijar a taça do mundo, que já foi nossa.
E claro, nos devoramos, intensamente. Promessa cumprida.
Por essa conquista, nada de fogos de artifício. Todas as vuvuzelas do mundo tocaram em sintonia naquela noite de veraneio do dia 30 de dezembro.
E como não acreditar em milagres? Eles existem sim. Papai noel também. Veja o meu presente. Chegou mais tarde, bateu em minha porta, quase (já) desembrulhado, só pra mim.

sábado, 10 de julho de 2010

O Pecado Mora ao Lado

Ele não mora ao lado, como sugere o título, mas em cima ("em cima de mim", como cantaria Vanessa da Mata seria óóóóótimo), ou em bom português, dois andares acima do meu apartamento. Desde que me mudei, não tiro os olhos dele. Até já brigamos, por causa de uma vaga na garagem (adorei vê-lo enfurecido, rsrsrs). Mas essa coisinha fofa vive acompanhado, há sempre uma garota diferente ao lado dele (todas feias, claro, gordas e desconjuntadas, afff).
Embora meu interesse já tenha chegado aos seus ouvidos, ele se faz de desentendido quando nos encontramos nas áreas comuns do condomínio. E para o meu desespero, sempre estou descabelada ou desarrumada, quando essas oportunidades surgem. Aí não dá pra investir, né? (uma mulher EXTRAordinária não arrisca uma paquera se não tiver chances de se dar bem)
Como ele mora com os pais, consegui aproximação com a mãe, e logo conquistei o coração dos velhos. Mas ele parece não me enxergar. 
Essa semana eu bati lá, fui devolver um prato, pois sua mãe havia me mandado uma generosa fatia de um bolo delicioso. Para minha surpresa (e desespero também, pois acabava de sair do banho e não havia sequer passado um batom) quem abriu-me a porta foi ele. Fiquei sem graça (sempre fico sem jeito diante dele), lembrei que estava trajando uma camiseta velha, short e chinelos de usar dentro de casa.
Disse-me que sua mãe não estava, não me convidou a entrar (ah, se ele faz isso, juro que tomava coragem), apenas pegou o prato de minhas mãos. Agradeci e virei-me pra ir embora, quando o ouvi me chamar: É hoje, pensei. Mas ele não fez nenhuma gracinha, como eu desejava, apenas ofereceu-me limões fresquinhos, vindos do sítio da família. (Deveria convidá-lo a tomar uma caipirinha... o que mais eu faria com limões???)
- Não, obrigada.
 Entrei no elevador sentindo raiva de mim mesma por ter ficado paralisada diante dele e desperdiçado aquela chance única. 
Um pecado! Pensando bem, pecado mesmo é ele não me dar bola!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Teclar para pedalar...

Claro que foi na escrita que nos encontramos com mais fervor. Os encontros presenciais (não estou falando de aulas de pós-graduação), foram fortuitos, passageiros, rápidos demais. No passado até que foram mais duradouros. No presente, só virtualmente, via msn. Nunca nos beijamos. Sempre nos desejamos. Isso já foi textualmente dito por ambos.

Como descrevê-lo, fisicamente, além do que o meu coração sente ao teclarmos a qualquer hora do dia? Zezito é doce. Tem minha idade, é leonino de olhos azuis, careca, e apesar de branco, está sempre avermelhado, como se estivesse com vergonha ou bravo com alguma coisa, do tipo "O Brasil perdeu (de novo) a chance do hexa!"

É muito espirituoso. Conversa inteligente que seduz, sabe? Quando sorri, faz aquelas covinhas infantis de um lado e de outro da face. Está com um peso adequado, estatura mediana, se bem que, ao meu lado, parece que somos do mesmo tamanho...que bobagem, isso já é fantasia minha...deve ser mais alto, claro!

Ama pedalar, e obviamente, faz parte daqueles grupos que saem por aí, em suas modernas bicicletas. Tem portfólio profissional. Especialista em design. Mas não consigo falar mais que isso. Prefiro falar do que nos envolve. As palavras trocadas nos envolvem. Sedução de primeira, na world wide web!

Custei a acreditar em almas gêmeas. Ok, ainda não acredito. Se existir, pode(rá) ser ele a minha. Porque nos entendemos nas entrelinhas, nos silêncios. Penso no que pode vir como resposta até naquele momento que, do outro lado, aparece a mensagem no rodapé: "seu paquerinha fofo está teclando".

E ontem tivemos aquele papo revelação/declaração. Ele, por fim, despejou em forma de texto, tudo o que estava preso na garganta, digo, no coração. Me disse sem muito jeito, porque além de tudo é um tímido, que estava muito intrigado conosco. Que pensava em mim mais do que devia, que me desejava muito, que éramos muito parecidos, que não via a hora de nos reencontrarmos para andar de bike.

Ok, o "quase" convite para um encontro a dois será cercado de ruas, asfalto, gente, carros, sinaleiras, pedestres, frio, vento, cabelos fora do lugar (argh) e ainda a testagem de como eu me comportarei sob duas rodas, como eu me sairei tendo que acompanhar, esse meu amor, extraordinariamente virtual.

Mas não existe o teste do biquini? Então...comigo será o teste da resistência: quanto tempo ficaremos pedalando até que encontremos um lugar seguro, longe dos olhos e ouvidos externos, para o primeiro beijo?

Mesmo com a ansiedade me corroendo, decidi que não vou investir dinheiro neste meio de transporte. Quando pequena, nas vésperas do natal, vivia a implorar em recadinhos singelos com a frase "eu quero a minha caloi". Ou seja, antes de finalmente chegarmos aos finalmentes, terei que pedir emprestada ou em último caso, roubar a bike do meu sobrinho, por algumas horas.

No msn de ontem eu li "nem consigo dizer o que senti quando nos abraçamos. Queria ter ficado ali, com você, pra sempre".
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Onde é mesmo que se vendem bicicletas de última geração??

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Livro Extraordinário


Resuminho rápido: Adriana, 38, inteligente, rica, antenada, culta, linda, sofisticada e neurótica, resolve castrar o namorado, jovem ator de lindos bíceps e QI de jiló.

Minhas impressões: adorei! Li ontem, largada no sofá, com dor de garganta, usando meia vermelha, pijama marrom e moleton cinza, com vontade de mandar todo mundo TNC, tomando chá de capim cidreira e comendo pipoca (estilo “Mulheres a Beira de Um Ataque de Nervos). Fernanda Young com toda a sua lúcida loucura levanta questões maravilhosas para refletirmos; vou decodificá-las do meu jeito, aqui só pra gente:
  1. todas as relações são baseadas em interesses – sexo, dinheiro, status, companhia, vaidade etc;
  2. chega de guerra dos sexos – não existem inimigos;
  3. Fernanda Young queria ter um pênis;
  4. Suzana Vieira é uma esfinge;
  5. só as mulheres entendem o que é a figura na capa do livro.

sábado, 3 de julho de 2010

Ele me disse "até breve"



Essa era a música que gostaria de dedicar para meu mocinho dos olhos cor de tarde chuvosa. Tudo isso era o que queria dizer pra ele, mas não vou dizer: ele tem dona, alias como parece acontecer com todos os homens do planeta. E eu, muito catolicamente, me sinto pecando ao desejar o homem da próxima. Por isso só dedico a música, anonimamente, como uma boa ordinária que sou, e rezo, rezo muito, para um dia ficar com (um) você amor.




Mundo Inteiro
Roberta Campos

Quero ver você com esses olhos
Olhando para mim olhar inteiro
Falo bem baixinho e completo
Passando a mão no teu cabelo
Esqueço que a hora passa e invento
Um modo de ficar por muito tempo
Seguro tua mão e me contento
Fazendo isso durar por toda vida
Eu vou, eu vou, eu vou
Ficar com você amor
Quero ver você com esses olhos
Olhando para mim olhar inteiro
Falo bem baixinho e completo
Passando a mão no teu cabelo
Esqueço que a hora passa e invento
Um modo de ficar por muito tempo
Seguro tua mão e me contento
Fazendo isso durar por toda vida
Eu vou, eu vou, eu vou
Ficar com você amor
Se me disser que amanhã é tarde
Te falo mil razões que me invadem
Preciso de você o mundo inteiro
Agora que já sabe da um jeito
Eu vou esperar você amor
Pode ser o tempo que for
Eu tenho a eternidade aqui comigo (2x)
Se me disser que amanhã é tarde
Te falo mil razões que me invadem
Preciso de você o mundo inteiro (parada)
Agora que já sabe da um jeito
Eu vou esperar você amor
Pode ser o tempo que for
Eu tenho a eternidade aqui comigo (2x)

Homem Inteligente falando sobre Mulher

(Recebi por e-mail e achei que era a cara do Extra, pena não conter o nome do autor, sem dúvida um homem EXTRAordinário.)
"O desrespeito à natureza tem afetado a sobrevivência de vários seres e entre os mais ameaçados está a fêmea da espécie humana.
Tenho apenas um exemplar em casa, que mantenho com muito zelo e dedicação, mas na verdade acredito que é ela quem me mantém. 
Portanto, por uma questão de auto-sobrevivência, lanço a campanha 'Salvem as Mulheres!' 
Tomem aqui os meus poucos conhecimentos em fisiologia da feminilidade a fim de que preservemos os raros e preciosos exemplares que ainda restam:

Habitat
Mulher não pode ser mantida em cativeiro. Se for engaiolada, fugirá ou morrerá por dentro. Não há corrente que as prenda e as que se submetem
à jaula perdem o seu DNA.
Você jamais terá a posse de uma mulher, o que vai prendê-la a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada diariamente.
Alimentação correta
Ninguém vive de vento. Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem, sim, e se ela não receber de você vai pegar de outro.
Beijos matinais e um  'eu te amo' no café da manhã as mantém viçosas e perfumadas durante todo o dia.
Um abraço diário é como a água para as samambaias. Não a deixe desidratar. Pelo menos uma vez por semana é necessário, senão obrigatório, servir um prato especial.

Flores
também fazem parte de seu cardápio - mulher que não recebe flores murcha rapidamente e adquire traços masculinos como rispidez e brutalidade.

Respeite  a natureza
Você não suporta TPM? Case-se com um homem. Mulheres menstruam, choram por nada, gostam de falar do próprio dia, discutir a relação... Se quiser viver com uma mulher, prepare-se para isso.

Não tolha a sua vaidade
É da mulher hidratar as mechas, pintar as unhas, passar batom, gastar o dia inteiro no salão de beleza, colecionar brincos, comprar muitos sapatos, ficar horas escolhendo roupas no shopping. Entenda tudo isso e apoie.

Cérebro feminino não é um mito
Por insegurança, a maioria dos homens prefere não acreditar na existência do cérebro feminino. Por isso, procuram aquelas que fingem não possuí-lo (e algumas realmente o aposentaram!). Então, agüente mais essa: mulher sem cérebro não é mulher, mas um mero objeto de decoração.
Se você se cansou de colecionar bibelôs, tente se relacionar com uma mulher. Algumas vão lhe mostrar que têm mais massa cinzenta do que você. Não fuja dessas, aprenda com elas e cresça. E não se preocupe, ao contrário do que ocorre com os homens, a inteligência não funciona como repelente para as mulheres.
Não faça sombra sobre ela  
Se você quiser ser um grande homem tenha uma mulher ao seu lado, nunca atrás. Assim, quando ela brilhar, você vai pegar um bronzeado. 
Porém, se ela estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda.  
Aceite: mulheres também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar. 
O homem sábio alimenta os potenciais da parceira e os utiliza para motivar os próprios. Ele sabe que, preservando e cultivando a mulher, ele estará salvando a si mesmo.
 
E, meu amigo, se você acha que mulher é caro demais, vire gay.
Só tem mulher quem pode."